Economia

Corrigir 'outras distorções do sistema financeiro' abrirá espaço para calibragem do IOF, diz Haddad

O ministro da Fazenda afirmou que as medidas devem ser finalizadas até amanhã e serão apresentadas para os presidentes da Câmara e do Senado

Fernando Haddad, ministro da Fazenda (Diogo Zacarias/MF/Flickr/Divulgação)

Fernando Haddad, ministro da Fazenda (Diogo Zacarias/MF/Flickr/Divulgação)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 2 de junho de 2025 às 09h25.

Última atualização em 2 de junho de 2025 às 09h28.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira, 2, que será necessário "corrigir outras distorções do sistema financeiro para abrir espaço para a calibragem do decreto" do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Haddad não esclareceu quais são as distorções. Segundo ele, o tema foi debatido em conversa com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicano-PB) e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e as medidas serão divulgadas após apresentação aos dois do conteúdo das propostas da equipe econômica.

"Tenho conversado tanto com o presidente Hugo Motta, tanto com Davi Alcolumbre, presidente do Senado. Acertamos fazer duas coisas. Corrigir outras distorções do sistema financeiro para abrir espaço para a calibragem do decreto do IOF. Se houver qualquer calibragem será no âmbito de uma expansão da correção dos desequilíbrios existentes hoje nos tributos que dizem respeito as finanças. Eu não posso adiantar [as medidas] porque vamos apresentar para eles as opções que temos em mão. E isso tudo gera especulação desnecessária. Quando anunciarmos será uma coisa pactuada", disse Haddad.

Segundo o ministro, também ficou combinado que as reformas estruturais voltarão para a mesa de negociação. Entretanto, ele não detalhou que propostas serão apresentadas.

"As reformas estruturais vão voltar para a mesa. Se não todo ano teremos que fazer ajuste pontuais para preparar a peça orçamentária do ano seguinte. O que conversei com o presidente Lula e com os presidentes das duas casas é que tenho duas alternativas. Uma é uma medida regulatória para resolver um problema de forma paliativa para cumprir as metas do ano. A outra, que interessa mais a Fazenda, é fazer voltar para as reformas estruturais que conseguimos fazer, sobretudo, no primeiro ano [de governo]", disse.

O ministro da Fazenda ainda afirmou que Motta e Alcolumbre apresentaram formalmente uma "conjunto de assutos" sobre os quais gostariam de tratar com os líderes partidários.

"Temos hoje a amanhã para definir qual o recorte dessas medidas e apresentar aos três presidentes. Se chegarmos a uma boa definição, uma compreensão de avançar, eu acredito que daremos uma perspectiva muito mais sustentável sem essas medidas paliativas. Para nós é muito melhor fazer as correções no atacado do que no varejo", disse.

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