Economia

Corretora Prosper prevê IPCA de 6,64% no fim do ano

Corretora espera que o Banco Central mantenha trajetória de cortes na Selic, com mais três reduções de 0,5%

Os indicadores de atividade de setembro deverão confirmar uma desaceleração mais pronunciada do PIB no terceiro trimestre (Álvaro Motta/EXAME)

Os indicadores de atividade de setembro deverão confirmar uma desaceleração mais pronunciada do PIB no terceiro trimestre (Álvaro Motta/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2011 às 08h50.

São Paulo - A Prosper Corretora mantém a previsão de inflação para este ano, de 6,64%, resultado de uma média mensal de 0,52%, mas espera, ao mesmo tempo, que o Banco Central mantenha a trajetória de redução da Selic, promovendo mais três cortes de 0,5 ponto porcentual. Em relatório distribuído ontem a clientes, o economista-chefe da corretora, Eduardo Velho, explica o motivo desta aparente contradição - inflação para cima e juros para baixo. "O discurso reforçado do Ministro da Fazenda e do presidente do Banco Central no exterior em relação ao cumprimento da meta central de 4,5% em 2012 aumenta as chances do prolongamento da redução dos juros em patamar acima do esperado atualmente pela Focus, que estava em 10,75% para o final de 2012."

Ocorre, segundo Velho, que desde a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) houve queda dos preços das commodities, revisão para baixo das previsões do crescimento mundial e maior aversão ao risco, o que tende, a princípio, a corroborar com a tese desinflacionária do BC. "Em nossos cenários, esperamos um recuo total de pelo menos 1,5 ponto porcentual nas próximas três reuniões de política monetária para 10,5%. Entretanto, esse movimento de queda da Selic pode ser ampliado ao longo do próximo ano, mais na dependência da crise internacional e menos com a situação de uma inflação superior à meta", prevê Velho.

A avaliação de Velho é a de que a pesquisa Focus está um pouco mais conservadora comparativamente à estimativa da Prosper Corretora, com o recuo da Selic para 10,5% até o primeiro trimestre de 2012, mas sendo elevada para 10,75% no segundo semestre, "no pressuposto implícito pelo mercado que a convergência inflacionária estará seriamente ameaçada". "Em suma, no curto prazo, a despeito da inflação elevada, o BC seguirá o seu cenário - reduzindo juros - colado com a economia internacional", diz o economista.

Fica claro, de acordo com Velho, que a "tese desinflacionária" do BC é reforçada com a revisão para baixo das projeções de crescimento real do PIB, que passaram de 3,52% para 3,51% em 2011, mas com estabilidade em 3,7% para 2012, num movimento que foi similar para a variável da produção industrial. Os indicadores de atividade de setembro, prevê o economista, deverão confirmar uma desaceleração mais pronunciada do PIB no terceiro trimestre comparativamente ao segundo na série dessazonalizada, mas sem alterar a percepção do mercado de que a meta não será atingida em 2012.

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