Economia

Correios poderão criar banco próprio, diz ministro

O ministro Paulo Bernardo, citou exemplo dos Correios da China, que têm atuação forte no segmento financeiro

Ao ter um banco próprio ou se associar a outras instituições, abre possibilidade de os Correios atuarem na área de serviços financeiros  (Wikimedia Commons)

Ao ter um banco próprio ou se associar a outras instituições, abre possibilidade de os Correios atuarem na área de serviços financeiros (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2011 às 16h51.

Brasilia - O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou hoje que os Correios estudam constituir um banco próprio, mas ponderou que essa possibilidade não exclui o banco postal, modalidade em que a estatal atua como correspondente bancário. O ministro citou exemplo dos Correios da China, que têm atuação forte no segmento financeiro. Ao comparar com o Brasil, ele citou que o banco postal, nos moldes atuais, tem 11 milhões de contas ativas. "Temos um potencial enorme, principalmente para a baixa renda", disse. Segundo ele, dados dos Correios mostram que 55% dos usuários de banco postal pertencem à baixa renda.

Ele observou que, se for tomada a decisão de constituir um banco próprio, depende ainda de autorização do Banco Central e de a empresa ter recursos para isso. Bernardo enfatizou que, em nenhum momento, o Tesouro Nacional injetará recursos no negócio. "A presidente (Dilma Rousseff) deu o 'de acordo' dela. Se os Correios cumprirem as exigências, pode ser autorizado", disse.

Ao ter um banco próprio ou se associar a outras instituições, abre possibilidade de os Correios atuarem na área de serviços financeiros em modalidades que hoje a empresa não consegue via banco postal. Um exemplo é o recebimento de tributos de prefeituras e o lançamento de cartões próprios.

A Medida Provisória nº 532 publicada hoje no Diário Oficial da União amplia a atuação dos Correios para outras áreas como logística integrada, serviços financeiros e serviços postais eletrônicos. Segundo Bernardo, o decreto com o novo estatuto dos Correios deve ser publicado no Diário Oficial da União de segunda-feira (dia 2).

Telefonia celular

O ministro das Comunicações também disse que já há estudos em andamento com o objetivo de diversificar os negócios dos Correios. Um desses projetos diz respeito à possibilidade de os Correios tornarem-se um operador virtual de telefonia celular. Essa modalidade de operação foi regulamentada recentemente pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e permite que uma empresa com vasta rede de clientes ingresse no negócio da telefonia móvel, "alugando" a rede das operadoras de telefonia celular tradicionais, mas usando a marca própria, que já é forte.

Na área de serviços digitais, os Correios analisam também a possibilidade de atuar como certificador digital. Outras possibilidades em estudo são ampliar a atuação da estatal no comércio eletrônico e ingressar na área de "mensageria" (entrega de mensagens por meio da internet). Também está sendo analisada a implantação do correio híbrido (modalidade que permitirá aos Correios receber a correspondência em meio digital e convertê-la a um meio físico, concluindo a entrega por meio da agência mais próxima do endereço de destino).

Transportes

Encontrar uma solução para aprimorar e agilizar o transporte de correspondências pelos Correios é uma das prioridades da estatal segundo o ministro. "É vital. Os Correios gastam R$ 300 milhões com transporte aéreo", disse. Bernardo ponderou que os Correios têm dificuldade de contratar para prestar o serviço por causa da limitação da duração do contrato, que é de um ano, podendo ser prorrogado. Há três possibilidades em análise: ampliação do prazo dos contratos para cinco anos, participação dos Correios em uma empresa aérea e constituição de uma subsidiária de logística. Segundo Bernardo, essas questões serão tema de uma reunião entre o ministério e a estatal semana que vem.

Quanto à possível participação dos Correios no Trem de Alta Velocidade (TAV), o trem-bala, o ministro reiterou que a empresa não entrará no leilão, mas vai se associar, posteriormente, ao consórcio vencedor. Ele acredita, no entanto, que as empresas interessadas em disputar o TAV já devem estar negociando com os Correios, pois o acerto dessa sociedade influencia no preço do lance.

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