Economia

Correios inspiram cuidados e questão precisa ser enfrentada rapidamente, diz Haddad

No início deste mês, a estatal registrou um prejuízo de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre de 2025

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 16 de setembro de 2025 às 12h16.

Última atualização em 16 de setembro de 2025 às 17h05.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira, 16, que os Correios "inspiram cuidados" e que a pasta foi envolvida recentemente nas discussões sobre a estatal.

"Os Correios inspiram cuidados. A Fazenda foi envolvida nesse tema recentemente e estamos acompanhando com a Casa Civil", afirmou no evento J. Safra Investment Conference 2025.

No início deste mês, a estatal registrou um prejuízo de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre de 2025. O rombo é três vezes maior do que o registrado em 2024 e foi ampliado pelos resultados negativos do segundo trimestre de 2025.

Segundo dados da empresa, entre abril e junho, o prejuízo foi de R$ 2,6 bilhões. O montante é quase cinco vezes maior do que o rombo informado no mesmo período de 2024 (R$ 553,1 milhões).

Sem dar muitos detalhes, Haddad disse que a questão dos Correios "precisa ser enfrentada rapidamente".

Em entrevistas anteriores, o ministro da Fazenda avaliou que o prejuízo ocorre porque a empresa tem a obrigação de entregar cartas para todo o Brasil, enquanto os concorrentes fazem apenas serviços que se compensam financeiramente.

Oposição cria comissão para fiscalizar o Correios

Após os resultados, a oposição aprovou no Senado a criação de uma comissão para fiscalizar a estatal. Um dos principais problemas da empresa é o aumento de gastos com pessoal e despesas administrativas. Por outro lado, a estatal ampliou investimentos e vem perdendo receitas.

Na proposta de fiscalização, os senadores listaram quatro frentes: irregularidades administrativas e contábeis e aumento de gastos com patrocínios; gestão temerária e aparelhamento institucional; inadimplência com fornecedores e prestadores de serviço e problemas no funcionamento das agências.

A proposta da oposição avançou de forma rápida na Comissão de Fiscalização e Controle, refletindo a pressão política gerada pelos resultados negativos da estatal. A crise financeira, que levou ao prejuízo de R$ 4,37 bilhões no primeiro semestre, somada às dificuldades de corte de despesas, deu fôlego ao movimento de investigação.

O plano de fiscalização prevê uma atuação ampla, incluindo pedidos formais de documentos, oitivas de servidores e ex-dirigentes, além de visitas técnicas a agências em diferentes regiões do país. Ao final, o relatório será encaminhado a órgãos como o Ministério Público Federal, a AGU, o Poder Executivo e o TCU, podendo inclusive embasar mudanças legais para corrigir falhas encontradas.

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