Economia

Correios aprovam plano contra crise que prevê cortes e empréstimo de R$ 20 bilhões

De acordo com a estatal, as medidas devem viabilizar o equilíbrio financeiro nos próximos 12 meses

Correios: segundo a estatal, medidas devem viabilizar o equilíbrio financeiro nos próximos 12 meses (Eduardo Frazão/Exame)

Correios: segundo a estatal, medidas devem viabilizar o equilíbrio financeiro nos próximos 12 meses (Eduardo Frazão/Exame)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 21 de novembro de 2025 às 14h49.

Última atualização em 21 de novembro de 2025 às 15h23.

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Os Correios anunciaram aprovação de um Plano de Reestruturação da empresa, após meses consecutivos de prejuízos. O objetivo das medidas é garantir o equilíbrio financeiro nos próximos 12 meses, assegurando a liquidez necessária para a empresa ao longo de 2026.

De acordo com um comunicado divulgado pela estatal, a decisão sobre as medidas foram tomadas na quarta-feira, 19.

Para garantir a liquidez no curto prazo, os Correios devem concluir até o final de novembro uma operação de crédito, com um aporte de até R$ 20 bilhões. Segundo a empresa, esse recurso é considerado essencial para viabilizar a transição estrutural planejada.

O plano de reestruturação foi elaborado após uma análise detalhada da situação financeira e do modelo de negócios atual da estatal. Diante do cenário de queda nas receitas e aumento dos custos operacionais, a reestruturação será implementada em três fases: recuperação financeira, consolidação e crescimento.

No comunicado, os Correios detalharam que, nos próximos 12 meses, os recursos serão aplicados em diversas medidas, como:

  • Programa de Demissão Voluntária e remodelagem dos custos com plano de saúde;
  • 100% de adimplência com fornecedores;
  • Modernização e readequação do modelo operacional e infraestrutura tecnológica;
  • Liquidez assegurada durante a evolução do modelo econômico da empresa ao longo de 2026;
  • Monetização de ativos e venda de imóveis: com potencial de receita de R$ 1,5 bilhão;
  • Otimização da rede de atendimento com redução de até mil pontos deficitários;
  • Expansão do portfólio para e-commerce e parcerias estratégicas.

Os Correios também sinalizaram a possibilidade de realizar operações de fusões, aquisições e outras reorganizações societárias, para fortalecer a competitividade da estatal no médio e longo prazo. Com esse plano, a empresa espera uma redução do déficit em 2026 e retorno à lucratividade em 2027.

Meta de soberania logística

Segundo os Correios, o plano de reestruturação reforça o compromisso estratégico da empresa com a prestação de serviços postais universais, considerados inegociáveis. Apesar do alto custo — estimado em R$ 5,4 bilhões no primeiro semestre de 2025, com déficit líquido de R$ 4,5 bilhões — a universalização do serviço é vista como fundamental para a integração nacional, comunicação segura e soberania logística do Brasil.

Apesar da queda das receitas, os Correios enfatizaram que continua sendo o único operador capaz de atender todos os municípios do Brasil, incluindo as regiões mais remotas.

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