Pessoas com máscaras na China: boa notícia é que número diário de novos casos de coronavírus no país tem recuado (Heo Ran/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de março de 2020 às 13h04.
Última atualização em 19 de março de 2020 às 14h14.
A Fitch revisou nesta quinta-feira, 19, sua projeção para o crescimento econômico global, de 2,5% esperados em dezembro de 2019 para "apenas 1,3%" agora, afirma a agência em relatório. "A crise do coronavírus está esmagando o PIB global", diz o título do documento, que traz declaração de Brian Coulton, economista-chefe da Fitch, segundo a qual "para todas as intenções e propósitos, estamos em território de recessão global".
A agência aponta que sua revisão deixa o PIB global US$ 850 bilhões menor do que na projeção anterior. Além disso, destaca que pode haver inclusive recessão global neste ano, se forem tomadas medida de restrição de circulação ("lockdown") mais abrangentes em todas as economias do G-7.
Na avaliação dela, as respostas de emergência na política macroeconômica "são puramente redução de danos neste estágio, mas devem ajudar a assegurar uma recuperação em formato de 'V' no segundo semestre de 2020, embora isso parta do pressuposto de que a crise de saúde diminuirá".
A Fitch projeta que o PIB da China recue mais de 5%, em números não anualizados, no primeiro trimestre, com queda de 1,0% na comparação anual.
A boa notícia, lembra, é que o número diário de novos casos de coronavírus no país tem recuado, o que pode abrir espaço para uma recuperação forte no segundo trimestre. O impacto dos problemas nas cadeias de produção e na demanda menor da China, contudo, continuará a ser sentido por algum tempo, sobretudo no restante da Ásia e na zona do euro, diz.
A agência prevê ainda que o preço do barril do petróleo tipo Brent fique em média em US$ 41 em 2020, quando em dezembro projetava US$ 62,50. Em 2021, projeta em média US$ 48 para o barril do Brent (de US$ 60 anteriormente).