Economia

Copom terá intervalo de até 55 dias em 2014

Menor período será de 34 dias e ocorrerá duas vezes, entre a segunda e a terceira reuniões e entre a sétima e a oitava, no fim do ano


	O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, coordena reunião do Copom
 (Elza Fiúza/ABr)

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, coordena reunião do Copom (Elza Fiúza/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2013 às 16h04.

Rio - O intervalo médio entre as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) em 2014 será maior do que o padrão de cerca de 40 dias. O menor período será de 34 dias e ocorrerá duas vezes, entre a segunda e a terceira reuniões e entre a sétima e a oitava, no fim do ano. Já o maior será de 55 dias e também ocorrerá duas vezes, em meados do ano.

O calendário foi divulgado em junho. Em apresentação em seminário na segunda-feira, 18, no Rio, o ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda Nelson Barbosa chamou a atenção para a irregularidade dos intervalos, num ano de calendário apertado, com carnaval em março, Copa do Mundo de Futebol no Brasil e eleições gerais em outubro.

"Olhando o calendário de reuniões, dá para perceber que o BC levou em consideração esses eventos não recorrentes", disse Barbosa no seminário. "Para mim, parece que já está precificado que a taxa de juros vai subir até antes do carnaval e, depois, se olhará para ver as condições", afirmou.

Para o economista, caso o ritmo de alta da taxa de juros seja de 0,25 em 0,25 ponto porcentual, ela pode chegar em 12%. "No pior cenário, se for subindo em 0,5 em 0,5 (pp) chega a 14%", completou.

O "pior cenário" de Barbosa inclui reajustes nos combustíveis e na energia elétrica, elevação na taxa de câmbio, retirada dos estímulos monetários na economia dos Estados Unidos e rebaixamento da nota de risco do Brasil pelas agências classificadoras. A taxa nominal de 14% significaria uma taxa real de 6%. "O pior cenário ainda é um cenário com a taxa real de juro muito mais baixa do que a gente viu nos últimos anos", ponderou Barbosa.

Seguindo o mesmo raciocínio de contagem dos intervalos de reuniões do Copom apresentado por Barbosa - atualmente pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) - percebe-se que a irregularidade dos intervalos não é padrão.

Neste ano, os períodos oscilaram entre 41 e 48 dias. Mesmo em 2010, quando também houve Copa do Mundo (na África do Sul) e eleições gerais, os intervalos tiveram a mesma oscilação. Procurado, o BC ainda não respondeu aos questionamentos encaminhados à assessoria de imprensa.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCopomJurosMercado financeiroPolítica monetária

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto