Economia

Copom sinaliza juros ligeiramente acima de 8,75%

O piso já alcançado na taxa básica de juros vigorou entre julho de 2009 a abril de 2010

A indicação de que o BC queria levar a Selic abaixo de 10% veio na ata do Copom de janeiro (Agência Brasil)

A indicação de que o BC queria levar a Selic abaixo de 10% veio na ata do Copom de janeiro (Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de março de 2012 às 09h45.

Brasília - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deixou claro que pretende levar a Selic para patamares "ligeiramente acima dos mínimos históricos" e estabilizá-la neste nível. O piso já alcançado na taxa básica de juros é de 8,75 por cento ao ano, que vigorou entre julho de 2009 a abril de 2010.

"O Copom atribui elevada probabilidade à concretização de um cenário que contempla a taxa Selic se deslocando para patamares ligeiramente acima dos mínimos históricos, e nesses patamares se estabilizando", informou o BC na ata da última reunião do Copom realizada em 6 e 7 de março e divulgada nesta quinta-feira.

Na semana passada, o Copom acelerou o passo e reduziu a taxa básica de juros do país em 0,75 ponto percentual, para 9,75 por cento ao ano, voltando ao patamar de um dígito depois de quase dois anos.

Para o economista-chefe da Prosper Corretora, Eduardo Velho, o piso da redução da taxa Selic neste ciclo monetário será de 9 por cento. Ele afirmou ainda que o crescimento econômico está abaixo do potencial.

"Esse crescimento abaixo do potencial referendou o corte de 0,75 ponto na última reunião", afirmou Velho.

Pesquisa recente da Reuters mostrou que, na mediana dos especialistas consultados, o Copom optaria por cortes na Selic que a levariam a 8,50 por cento no fim do ano, o que seria o um novo recorde histórico.

O Copom avaliou também que mudanças estruturais na economia brasileira possibilitaram o recuo nos juros, sobretudo na taxa neutra. Na ata, também avaliou que houve redução dos prêmios de risco em consequência do cumprimento da meta de inflação, da estabilidade macroeconômica e de avanços institucionais.

"O processo de redução dos juros foi favorecido por mudanças na estrutura dos mercados financeiros e de capitais, pelo aprofundamento do mercado de crédito bem como pela geração de superávits primários consistentes com a manutenção de tendência decrescente para a relação entre dívida pública e PIB", informou o Copom na ata.


Sinais

A indicação de que o BC queria levar a Selic abaixo de 10 por cento veio na ata do Copom de janeiro, quando explicitamente informou que havia " elevada probabilidade à concretização de um cenário que contempla a taxa Selic se deslocando para patamares de um dígito." A grande preocupação do governo é estimular a economia e garantir um crescimento na casa de 4 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Em 2011, a economia brasileira cresceu apenas 2,7 por cento, puxado por um mau desempenho da indústria.

Para tanto, a equipe da presidente Dilma Rousseff tem deixado claro que vai anunciar mais medidas para acelerar o crescimento da atividade, sobretudo na indústria.

Acompanhe tudo sobre:Mercado financeiroEstatísticasIndicadores econômicosBanco CentralJurosSelicCopom

Mais de Economia

Milei afirma que Argentina está negociando novo empréstimo com o Tesouro dos Estados Unidos

Sindicato convoca assembleias regionais contra mudança no estatuto do IBGE

Operação Cadeia de Carbono ataca fraudes já estruturadas no país, diz ministro Fernando Haddad

Receita deflagra operação contra lavagem de dinheiro e fraudes no setor de combustíveis