Economia

Copom se reúne esta semana sem pressões pela queda da Selic

Consenso do mercado é que a taxa básica de juros continua em 16% ao ano,;e a política monetária não tem mais como contribuir para o crescimento da economia. O centro do debate, agora, é como estimular investimentos

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h51.

Com a reunião que começa terça-feira (20/7), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se desprende do debate sobre crescimento econômico, e de certa forma, também se despede do ano de 2004, na avaliação de analistas. "A economia está muito mais forte do que se esperava. A política monetária não tem mais o que contribuir", diz Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos.

"O Copom de julho é o último para tomar decisão que possa afetar de algum modo o resultado deste ano. A partir de agosto, o BC já estará olhando para 2005." O palpite de Rosa, e de todos os analistas ouvidos pela imprensa, é que o colegiado vai anunciar na quarta-feira a manutenção da Selic em 16%.

Para Marcelo Mattos, do Grupo Destak especializado em gestão de fortunas, as reclamações que acompanhavam até recentemente as reuniões do Copom ocorriam porque a baixa de 10 pontos percentuais da Selic de 2003 para o início deste ano não vinha acompanhada de uma reação da economia. "Estava demorando, mas agora apareceu."

Na avaliação de Rosa, agora o juro real está próximo do equilíbrio. Mattos concorda: "Aparentemente não tem refresco até o final do ano, não tem mais essa gordura. Não há motivo nem para cair, nem para aumentar".

A Sul América trabalha com uma pequena queda de juros, concentrada nos dois últimos meses do ano, chegando a 15,5% em dezembro. Para Rosa, o BC não está mais preocupado com o quadro internacional, porque os últimos dados da economia americana reforçam a perspectiva de uma alta gradual dos juros. "Ou seja, o apetite global pelo risco deve continuar elevado", afirma o economista, apontando o desarme de outra ameaça que vinha exasperando a autoridade monetária brasileira. "Houve uma apreciação do câmbio [valorização do real frente ao dólar]. Nas duas últimas atas do Copom, havia uma grande preocupação que a depreciação cambial deteriorasse as expectativas de inflação."

Próximo capítulo

Rosa acredita que a prioridade agora é criar um ambiente favorável à atração de investimentos. "Não podemos estar sujeitos a um 'apagão' logístico no escoamento da safra, por exemplo." Mas prevalece um certo ceticismo quanto às chances de o governo aprovar a lei de Parcerias Público-Privadas, modelo institucional visto como determinante para disparar rapidamente obras de infra-estrutura. "Aprovar as PPPs, com eleição, fica complicado, mesmo com esforço concentrado. Acho que ainda não sai este ano."

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