Economia

Copom mantém juros em 14,25%

É a segunda vez que a taxa fica inalterada depois de sete aumentos seguidos; decisão era esperada pela maior parte dos economistas

Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, durante audiência na Câmara dos Deputados, em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)

Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, durante audiência na Câmara dos Deputados, em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 21 de outubro de 2015 às 19h30.

São Paulo - O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu manter a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 14,25%.

É a segunda vez que a taxa fica inalterada após sete aumentos seguidos, seis de meio ponto, desde a eleição. 

A Selic segue assim em seu maior patamar desde agosto de 2006 – mas na época, a trajetória era de queda (veja o histórico).

A decisão veio dentro do esperado pela maior parte dos economistas e instituições financeiras, de acordo com o último Boletim Focus e outros relatórios.

Em um evento do Fundo Monetário Internacional (FMI) na semana passada no Peru, o presidente do BC, Alexandre Tombini, disse que a instituição pretendia manter o nível atual da Selic "por um período suficientemente prolongado".

O comunicado de hoje diz que "Avaliando o cenário macroeconômico, as perspectivas para a inflação e o atual balanço de riscos, o Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 14,25% a.a., sem viés.

O Comitê entende que a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante da política monetária. O Copom ressalta que a política monetária se manterá vigilante para a consecução desse objetivo."

A ata será divulgada na próxima quinta-feira, 29 de outubro, e o mercado também não espera uma nova alta na última reunião do ano, marcada para 24 e 25 de novembro.

Os juros não devem voltar a cair tão cedo. No último Focus, a mediana para o final de 2016 passou de 12,63% para 12,75% ao ano. Há um mês, este ponto central apontava para 12,25%.

Cenário 

A inflação nos últimos 12 meses até setembro está em 9,49%, a maior desde 2003 e bem acima do teto da meta do governo (6,5%).

A expectativa para 2016 continua subindo e foi reajustada na última segunda-feira pelo Boletim Focus de 6,05% para 6,12%. Foi a 11ª alta consecutiva; há um mês atrás, a previsão era de 5,7%.

O desafio agora é ancorar as projeções dos anos seguintes para uma convergência ao centro da meta (4,5%) diante da alta do dólar e da incerteza sobre a política e o equilíbrio orçamentário.

Quando o Copom aumenta os juros, encarece o crédito e estimula a poupança, o que faz com que a demanda seja contida e faça menos pressão sobre a atividade e os preços, mas aprofundando a recessão. Cortar os juros causa o efeito contrário. 

(EXAME.com)

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCopomEstatísticasIndicadores econômicosInflaçãoJurosMercado financeiroSelic

Mais de Economia

Benefícios tributários farão governo abrir mão de R$ 543 bi em receitas em 2025

“Existe um problema social gerado pela atividade de apostas no Brasil”, diz secretário da Fazenda

Corte de juros pode aumentar otimismo dos consumidores nos EUA antes das eleições

Ministros apresentam a Lula relação de projetos para receber investimentos da China