Ilan Goldfajn: o principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação é a taxa básica de juros (Adriano Machado / Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de agosto de 2016 às 11h42.
O Comitê de Política Monetária (Copom) iniciou hoje (30) reunião de dois dias para definir a taxa básica de juros, a Selic. É o segundo encontro sob o comando do presidente do BC, Ilan Goldfajn que fez mudanças na comunicação e no formato da reunião.
Anteriormente, em dias de reuniões do Copom, a diretoria do BC participava, pela manhã, de análises de mercado e, à tarde, tinha início o colegiado para definir a Selic.
Agora, o BC incorporou a análise de mercados à reunião do Copom, no período da manhã. E, à tarde, é feita a análise da conjuntura.
No segundo dia de reunião, após análise da perspectiva para a inflação e das alternativas para a Selic, os diretores e o presidente do Banco Central definem a taxa.
Inflação
O principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação é a taxa básica de juros, usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic).
Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação.
Quando mantém a taxa, o Copom considera que ajustes anteriores foram suficientes para alcançar o objetivo de controlar a inflação.
Desde julho de 2015, os juros básicos estão em 14,25% ao ano, no maior nível desde outubro de 2006. Pelas expectativas de instituições financeiras, a Selic será mantida nesse patamar na reunião deste mês, mas até o final do ano será reduzida.
A expectativa é que a Selic encerre 2016 em 13,75% ao ano.
Desde a última reunião do Copom, a divulgação da decisão sobre a taxa passou a ocorrer por volta das 18h. Anteriormente, a taxa Selic era anunciada entre 19h30 e 21h.
O presidente do BC também alterou o dia de divulgação da ata da reunião com as explicações para a decisão sobre a Selic. Agora, o documento é divulgado na terça-feira e não mais na quinta-feira da semana seguinte à reunião.