Economia

Copom deixa juros em 14,25% pela sexta vez seguida

Em decisão esperada pelo mercado, Copom manteve os juros inalterados em 14,25% pela sexta vez consecutiva

Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, dando entrevista: juros foram mantidos em 14,25% (Andrew Harrer/Bloomberg)

Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, dando entrevista: juros foram mantidos em 14,25% (Andrew Harrer/Bloomberg)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 27 de abril de 2016 às 20h00.

São Paulo - O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou hoje a manutenção em 14,25% da taxa básica de juros da economia, a Selic.

É a sexta vez consecutiva que os juros ficam inalterados neste patamar, onde estão desde o final de julho de 2015. A última vez que a Selic esteve tão alta foi há quase uma década, em agosto de 2006.

A decisão veio de acordo com o esperado pelos analistas do mercado. O diagnóstico é que qualquer mudança só adicionaria mais incerteza a um cenário dominado pela crise política e pela expectativa de impeachment.

A decisão foi por unanimidade e a ata será divulgada na próxima quinta-feira, 05 de maio. A próxima reunião está marcada para os dias 07 e 08 de junho.

O comunicado diz que "o Comitê reconhece os avanços na política de combate à inflação, em especial a contenção dos efeitos de segunda ordem dos ajustes de preços relativos. No entanto, considera que o nível elevado da inflação em doze meses e as expectativas de inflação distantes dos objetivos do regime de metas não oferecem espaço para flexibilização da política monetária."

A manutenção faz com que nossa taxa de juros reais, que desconta dos juros nominais a inflação dos últimos 12 meses, fique em 4,44% - a maior entre as 40 principais economias do mundo.

Previsões e inflação

A mediana das expectativas (desconsiderando os extremos das projeções) para a Selic no final de 2016 passou de 13,38% para 13,25% no último Boletim Focus divulgado na segunda-feira.

A expectativa de um corte na taxa em um futuro próximo se fortaleceu na medida em que a infllação começou a dar sinais de baixa.  

A taxa registrada em março foi de 0,43%, menos da metade de fevereiro e a menor desde julho de 2015, e o acumulado de 12 meses já voltou para abaixo dos dois dígitos.

A previsão do Focus para o IPCA no fim do ano está agora em.6,98%, ante 7,08% da semana passada e 7,31% quatro semanas atrás.

Quando o Copom aumenta os juros, encarece o crédito e estimula a poupança, o que faz com que a demanda seja contida e faça menos pressão sobre a atividade e os preços. Cortar os juros causa o efeito contrário. 

Acompanhe tudo sobre:PersonalidadesMercado financeiroEstatísticasInflaçãoIndicadores econômicosBanco CentralEconomistasJurosSelicAlexandre TombiniCopom

Mais de Economia

Alckmin celebra corte de tarifas dos EUA, mas cobra fim da sobretaxa

Haddad cobra votação de projeto que pune devedor contumaz na Câmara

PIB cresce em todos os estados em 2023; Acre, MS e MT lideram avanço

Número dos que procuram emprego há 2 anos cai 17,8% em 2025, diz IBGE