Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em Brasília (Wilson Dias/Agência Brasil)
João Pedro Caleiro
Publicado em 2 de março de 2016 às 19h42.
São Paulo - O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu manter a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 14,25%.
A decisão veio de acordo com o esperado pela esmagadora maioria dos economistas e analistas do mercado financeiro, mas não foi por unanimidade.
Votaram pela manutenção Alexandre Tombini (Presidente), Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Luiz Edson Feltrim e Otávio Ribeiro Damaso.
Votaram pela elevação em meio ponto percentual para 14,75% os membros Sidnei Corrêa Marques e Tony Volpon.
É a quinta vez seguida que os juros são mantidos neste patamar, o mais alto desde agosto de 2006 (e na época, a trajetória era de queda).
Na última reunião, a expectativa de alta foi neutralizada após o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, divulgar uma nota comentando a piora nas projeções do Fundo Monetário Internacional para a economia brasileira.
A ata será divulgada na próxima quinta-feira, 10 de março, e a próxima reunião está marcada para os dias 27 e 28 de abril.
Cenário
A previsão do último Boletim Focus, divulgado na última segunda-feira, é que a Selic termine 2016 ainda em 14,25%, com queda para 12,5% até o final de 2017.
Nas estimativas do grupo dos analistas que mais acertam as projeções, a previsão para a Selic no fim deste ano é de 14%.
Em relação à inflação, o Focus trouxe nesta segunda-feira a primeira queda da previsão após 8 semanas consecutivas de alta.
A projeção atual é que o IPCA fecha 2016 em 7,57%, ainda acima do teto da meta.
Quando o Copom aumenta os juros, encarece o crédito e estimula a poupança, o que faz com que a demanda seja contida e faça menos pressão sobre a atividade e os preços. Cortar os juros causa o efeito contrário.