Economia

Copom define hoje taxa Selic, sob pressão por redução de juros

Ontem, a presidente Dilma Rousseff defendeu a redução da taxa básica de juros

Estudantes realizaram, em frente a sede do Banco Central, concentração para a passeata Marcha dos Estudantes e também protestaram contra a alta da Selic (Wilson Dias/ABr)

Estudantes realizaram, em frente a sede do Banco Central, concentração para a passeata Marcha dos Estudantes e também protestaram contra a alta da Selic (Wilson Dias/ABr)

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Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2011 às 12h12.

Brasília - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central define hoje (31) a taxa Selic, sob pressões para reduzir os juros básicos da economia. Hoje, mais uma manifestação em frente ao BC pede a redução da taxa. Desta vez, o movimento foi organizado por estudantes, que, antes de seguirem em passeata até a Esplanada dos Ministérios para pedir mais recursos para a educação, fizeram uma parada em frente à autarquia, que define o futuro da taxa, atualmente em 12,50% ao ano.

Depois da lavagem simbólica da rampa de entrada do BC com auxílio de um caminhão-pipa, os estudantes seguem em passeata. Além da redução da Selic, eles querem que sejam destinados recursos para a educação que correspondam a 10% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, e que 50% do Fundo Social do Pré-Sal também sejam direcionados ao setor.

Ontem (30), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical também promoveram protestos para pedir a redução da taxa de juros em frente à sede do BC em São Paulo e em Brasília. O ato reuniu 50 pessoas em São Paulo, segundo a Polícia Militar, e 30 em Brasília.

Estudantes e sindicalistas não são os únicos a esperar por redução de juros. Nesta semana, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou o aumento da economia para pagar juros da dívida pública, o superávit primário, e disse que a medida contribui para que haja redução dos juros básicos. “Em curto, médio e longo prazos, essa atitude de fortalecer a nossa situação fiscal é no sentido de abrir espaço para que haja redução dos juros”, disse o ministro.

Ontem, foi a vez de a presidente Dilma Rousseff defender a redução da Selic, com o argumento de que o país está criando condições para isso. Dilma disse ainda que a queda dos juros é necessária para o crescimento do Brasil, que tem uma das mais altas taxas de juros do mundo.

A estudante Tamara Gonçalves, 15 anos, espera que os diretores do BC responsáveis pela definição da taxa levem em consideração a pressão para que haja queda dos juros. Mesmo sem conseguir explicar bem o significado de termos econômicos como PIB e taxa Selic, Tamara acredita que é importante participar dessas manifestações em defesa de melhorias no país, sobretudo em busca de uma educação de qualidade. “A educação no Brasil é precária”, acrescentou. A estudante Camila Fernandes, 13 anos, contou que foi convencida pelo professor de filosofia a participar da manifestação. “Se a gente não lutar, ninguém vai lutar por nós”, destacou.

O Copom é formado pelo presidente e por diretores do BC e as reuniões para definir a taxa Selic são divididas em duas partes. No primeiro dia da reunião, chefes de departamento do BC apresentam aos diretores análises sobre a conjuntura, que abrangem informações sobre inflação, nível de atividade econômica, contas externas, mercado de câmbio, economia internacional, entre outros assuntos. No segundo dia da reunião, os diretores definem a taxa básica.

Em todas as cinco reuniões deste ano, o Copom elevou a taxa, no total de 1,75 ponto percentual. Mas a expectativa de analistas do mercado financeiro e de economistas é que ela seja mantida no patamar de 12,50% ao ano na reunião de hoje. Isso porque, para eles, o BC ainda irá monitorar a crise econômica internacional e o comportamento dos preços no Brasil.

O comitê eleva a Selic quando considera que a economia está muito aquecida, com trajetória de inflação em alta. Os juros básicos elevados estimulam a poupança. Por outro lado, a taxa básica é reduzida quando o objetivo é estimular gastos para aquecer a atividade econômica.

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