Economia

Copom decide taxa de juros em momento “dramático”

ÀS SETE - O elefante na sala do Banco Central, que pode interromper o ciclo de queda nos juros, é o câmbio

Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central: Comitê de Política Monetária toma hoje sua decisão mais difícil desde o início da queda dos juros  / Adriano Machado/Reuters (Adriano Machado/Reuters)

Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central: Comitê de Política Monetária toma hoje sua decisão mais difícil desde o início da queda dos juros / Adriano Machado/Reuters (Adriano Machado/Reuters)

EH

EXAME Hoje

Publicado em 16 de maio de 2018 às 06h26.

Última atualização em 16 de maio de 2018 às 09h11.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central encerra nesta quarta-feira a reunião que define a nova taxa de juros do país. A instituição prima pela previsibilidade, mas o encontro desta vez acontece num momento para lá de incerto.

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Em março, em sua última reunião, o Copom cortou os juros em 0,25 ponto percentual, de 6,75% para 6,5%, e sinalizou novo corte no encontro de maio. Foi o 12º corte seguido da Selic e o segundo neste patamar. Com isso, a taxa atingiu novamente seu menor valor histórico desde que passou a ser usada como referência em 1986. A decisão foi unânime e já era esperada pela maior parte do mercado.

O comunicado afirmou que “o cenário básico para a inflação evoluiu de forma mais benigna que o esperado nesse início de ano” e, com isso, via como “apropriada uma flexibilização monetária moderada adicional”.

De lá para cá, a trajetória da economia e da inflação reforçariam a tese de novos cortes na taxa Selic. Nesta segunda-feira a pesquisa semanal Focus, do Banco Central, reduziu a projeção de crescimento do PIB em 2018 de 2,7% para 2,51%, segundo a mediana das estimativas. Os economistas também revisaram a projeção de inflação para 2018, de 3,49% para 3,45%.

O elefante na sala do Banco Central, que pode interromper o ciclo de queda nos juros, é o câmbio. Ontem, o dólar teve a terceira alta consecutiva e, depois de chegar a 3,70 reais ao longo do dia, fechou em 3,66, a maior cotação em 25 meses. O dólar sobe em relação às moedas emergentes por causa da alta nos rendimentos de títulos do tesouro americano, que bateu 3,095% ontem, o maior patamar desde julho de 2011. É um movimento que drena investimentos mundo afora — ontem, 12 moedas emergentes fecharam o dia na menor cotação do ano. Desde a última reunião do Copom o real valorizou 10% ante o dólar.

Em relatório divulgado ontem, o banco J.P.Morgan afirmou que, apesar da mudança de cenário, continua acreditando que o Copom vai cortar a taxa de juros em 0,25 ponto percentual. Mas afirma que o Banco Central tem pela frente certamente seu maior desafio desde o início do ciclo de redução do ciclo. A decisão, para o J.P. Morgan, ganhou contornos “dramáticos”.

Não é o que se espera de reuniões do Copom, mas é o clima desta quarta-feira.

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