Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, que decidiu não mexer na Selic (Agência Brasil)
João Pedro Caleiro
Publicado em 16 de julho de 2014 às 20h17.
São Paulo – O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou hoje que vai manter a Selic, taxa básica de juros da economia, em 11% ao ano.
A decisão já era esperada por economistas e instituições financeiras e faz com que o Brasil continue em primeiro lugar no ranking mundial de juros reais.
Foi a quinta reunião do Copom este ano e a segunda vez seguida que ele escolheu não mexer na taxa, depois de oito aumentos seguidos em um ciclo de alta que durou um ano.
Em março do ano passado, os juros haviam chegado a 7,25% - a mais baixa Selic da história.
A decisão do Copom foi unânime e sem viés. A ata da reunião será divulgada na próxima quinta-feira, 24 de julho, e o próximo encontro está marcado para os dias 02 e 03 de setembro.
Cenário
A manutenção dos juros vem pouco mais de uma semana após o IBGE anunciar que a inflação de 12 meses acumulada até junho bateu o teto da meta do governo de 6,5%.
No entanto, a avaliação do mercado é que estes números são mais reflexo do passado que do presente. O IPCA de junho foi de 0,40%, a menor taxa desde setembro, com forte influência de preços relacionados à Copa do Mundo e da desaceleração dos alimentos.
Quando o Copom aumenta os juros, encarece o crédito e estimula a poupança, o que faz com que a demanda seja contida e faça menos pressão sobre a atividade e os preços. Cortar os juros causa o efeito contrário.
De acordo com analistas, os últimos números mostram que a economia já está bastante desaquecida e não precisa de mais aperto monetário.