Economia

Copom aumenta juros em 0,5 p.p. para 11,75%

Segundo aumento seguido da Selic desde as eleições sinaliza continuidade do aperto monetário

Alexandre Tombini (Wilson Dias/Agência Brasil)

Alexandre Tombini (Wilson Dias/Agência Brasil)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 4 de dezembro de 2014 às 09h30.

São Paulo – O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou hoje que vai subir a Selic, taxa básica de juros da economia, em 0,5 ponto percentual para 11,75% ao ano. 

A decisão era prevista por grande parte dos economistas e instituições financeiras, enquanto alguns esperavam uma alta menor, de 0,25 ponto. Fazia tempo que não havia tanta divergência nas previsões. 

Foi a última reunião do Copom este ano, e a decisão foi unânime e sem viés. É a segunda alta seguida da taxa de juros básica da economia desde as eleições, sinalizando um aperto monetário. 

A ata será divulgada na próxima quinta-feira, 11 de dezembro, e o próximo encontro está marcado para os dias 20 e 21 de janeiro de 2015.

Cenário

A expectativa de uma alta maior do que 0,25 ponto percentual foi se materializando com a sinalização de que haverá mudanças na política e menos tolerância com a inflação alta.

A alta dos juros vem quase exatamente uma semana após o anúncio oficial da nova equipe econômica do governo: Joaquim Levy na Fazenda, Nelson Barbosa no Planejamento e Tombini mantido no Banco Central.

Levy prometeu rigor fiscal com superávit primário de 1,2% em 2015 e foco na queda da dívida bruta. Tombini repetiu no evento que a inflação continua alta demais e que o BC estaria “especialmente vigilante” com as altas de preços administrados.

Depois, foi a vez de Carlos Hamilton, diretor de Política Econômica, dizer em evento em Santa Catarina que “o Copom não será complacente (com a inflação) e, se for adequado, irá recalibrar a política monetária”.

Na sexta-feira, o IBGE anuncia os números da inflação de novembro. Até outubro, o acumulado estava em 6,59% - acima do teto da meta do governo, de 6,5%.

Enquanto a queda dos alimentos e do consumo tem pressionado a inflação para baixo, os reajustes de preços até agora represados pressionam para cima.

Quando o Copom aumenta os juros, encarece o crédito e estimula a poupança, o que faz com que a demanda seja contida e faça menos pressão sobre a atividade e os preços. Cortar os juros causa o efeito contrário.

(Juliana Pimenta)

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