Economia

Copom analisa crescimento e inflação para definir Selic

Nesta quarta-feira, o comitê vai anunciar a taxa básica de juros, atualmente em 7,5% ao ano


	O presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou no último dia 21 que a inflação, depois de atingir picos no primeiro trimestre, começou a desacelerar e tende a continuar a cair nos próximos meses
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

O presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou no último dia 21 que a inflação, depois de atingir picos no primeiro trimestre, começou a desacelerar e tende a continuar a cair nos próximos meses (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2013 às 07h31.

Brasília – O crescimento da economia em ritmo lento e a inflação em alta, além do cenário externo, serão debatidos pela diretoria do Banco Central (BC) para definir a taxa básica de juros, a Selic.

Hoje (29), o Comitê de Política Monetária (Copom), formado pelo presidente e diretores do BC, vai anunciar a taxa Selic, atualmente em 7,5% ao ano.

De acordo com avaliação do diretor executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, o Copom não poderá ser muito agressivo no aumento dos juros porque a economia cresce pouco.

“Todas as revisões de crescimento do PIB [Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços produzidos no país] são para baixo”, destacou.

A previsão da Anefac, por exemplo, passou de 3% para 2,5%. A estimativa do mercado financeiro, consultado pelo BC, tem sido reduzida há duas semanas seguidas e está em 2,93%.

Para Oliveira, apesar de o crescimento da economia esperado para este ano ser maior que em 2012 (0,9%), não dá para comemorar porque a expansão será menor que o potencial e está abaixo de outros países emergentes.


A perspectiva do diretor da Anefac é que o BC mantenha a estratégia de aumento gradual da taxa Selic, com nova alta de 0,25 ponto percentual, como ocorreu em abril.

Essa também é a mediana (desconsidera os extremos nas projeções) das expectativas de analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central.

Apesar do baixo crescimento da economia, a expectativa de alta na Selic deve-se à inflação "muito pressionada", segundo Oliveira. Mas, de acordo com ele, a expectativa é que a cada mês a inflação seja mais baixa.

Essa também é a avaliação do presidente do BC, Alexandre Tombini, que no último dia 21 disse que a inflação, depois de atingir picos no primeiro trimestre, começou a desacelerar e tende a continuar a cair nos próximos meses.

Tombini assegurou que os preços estão sob controle e que não há risco de o índice oficial fechar o ano acima do teto da meta (6,5%). O centro da meta é 4,5%.

O presidente do BC também disse que o novo ciclo de aumento na taxa Selic não vai interferir no crescimento da economia em 2013. Segundo ele, a atuação do Banco Central é compatível com a recuperação gradual da economia.

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