Brasília - O governo prevê que a Copa do Mundo gerará aproximadamente R$ 62,1 bilhões, três vezes mais do que o país arrecadou durante a Copa das Confederações, segundo um relatório sobre o impacto econômico do evento realizado no ano passado feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) e divulgado nesta segunda-feira pelo Ministério do Turismo.
Segundo o documento, o torneio de junho de 2013 movimentou R$ 20,7 bilhões, dos quais R$ 11 bilhões são provenientes de gastos de turistas, do Comitê Organizador Local e de investimentos privados e públicos.
O restante (R$ 9,7 bilhões) corresponde à contribuição de bens e serviços da competição ao Produto Interno Bruto (PIB).
Dos R$ 9,7 bilhões, 58% ficaram nas cidades-sede e 42% foram distribuídos pelas outras cidades do país. "O resultado mostra que o impacto do torneio não se restringe aos locais onde são realizados os jogos. Eles têm impacto em todo o Brasil", afirmou o ministro do Turismo, Vinicius Lages.
O ministério informou também que a Copa das Confederações gerou 303 mil empregos em todo o Brasil.
Já um estudo da Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), também publicado hoje, prevê que a Copa criará cerca de 47.900 postos de trabalho no setor turístico.
A estimativa foi realizada com base em um relatório da Embratur, que indica que aproximadamente 3,6 milhões de turistas circularão pelo Brasil durante a competição.
"Para atender a esse aumento expressivo no fluxo turístico nos Estados que abrigam as cidades-sede do Mundial, atividades como serviços de hospedagem, de alimentação, de transporte, agências de viagens e serviços culturais e recreativos deverão ampliar em 47,9 mil a oferta de vagas entre os meses de abril e junho de 2014", afirmou a CNC por meio de um comunicado.
De acordo com o órgão, esse número equivale a 35,2% do total das vagas que deverão ser criadas em 2014.
Por estados, São Paulo e Rio de Janeiro, que receberão as partidas de abertura e encerramento da Copa, concentrarão mais da metade (52%) das oportunidades de emprego criadas pelo torneio.
Minas Gerais criará ao redor de 13,6% de vagas, enquanto Bahia e Pernambuco irão gerar 6,4% e 6%, respectivamente. O restante se divide entre os estados que receberão partidas durante a Copa.
Os dados divulgados pela CNC levam em conta apenas os empregos formais, contabilizados no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
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1. O que não vai ficar
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São Paulo - Das obras que foram planejadas para 2014, só os estádios estão garantidos. As seleções precisam ter onde jogar, mas, depois que a
Copa do Mundo acabar, o legado que essas monumentais construções vão deixar para a população será pequeno. As obras que vão fazer a diferença, mesmo, serão as que estão sendo feitas em
infraestrutura:
aeroportos (muitos em parceria público-privada) e mobilidade urbana. E essas não estão garantidas para 2014. Longe disso: muitas dessas obras já apresentam atrasos preocupantes, algumas não tiveram sequer os empréstimos contratados (correm sério risco de parar pela metade) e 35% têm data de entrega em cima da hora, para maio ou junho e 2014. Confira seis obras na área dos
transportes que foram prometidas para daqui dois anos, mas já sabemos que não serão entregues - ou estão em situação crítica.
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2. Monotrilho - São Paulo
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São Paulo só havia prometido uma obra para a Copa do Mundo: o monotrilho que ligaria o Aeroporto de Congonhas até o bairro do Morumbi, na Zona Sul da capital. A chamada Linha 17 - Ouro do metrô, porém, não vai existir antes de 2014. A justificativa para o atraso foi de que houve demora para obtenção de licenças ambientas, mas as licenças foram publicadas no Diário Oficial em março, mesmo mês que o governador Geraldo Alckmin reiterou a intenção de conclusão para antes da Copa. Em novembro, Alckmin admitiu que o monotrilho quer permitirá às pessoas saírem do aeroporto de Congonhas e pegar o trem não vai ficar pronto.
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3. Avenida - Porto Alegre
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A duplicação da Avenida Tronco, em Porto Alegre, vai aumentar o trecho em 5,3 km, com ciclovia, corredor de ônibus e tratamento paisagístico. É uma das dez principais obras de legado da Copa já que criaria uma alternativa rápida de ligação entre a Zona Sul e o Centro, desafogando a Avenida Beira-Rio (Edvaldo Pereira Paiva), onde fica o estádio. Entretanto, em julho de 2012 a obra ainda não havia começado nos principais trechos por conta de problemas na expropriação das famílias. Para piorar, no mesmo mês a licitação foi suspensa em caráter preventivo por suspeitas de fraude. Segundo o site do governo gaúcho, as obras estão com a burocracia correta, no prazo e devem ficar prontas até maio de 2014, mas, segundo o TCU, cinco das dez obras da capital do Rio Grande do Sul, inclusive as obras da Avenida Tronco, ainda sequer foram apresentadas à Caixa Econômica Federal, que vai financiar parte do valor.
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4. VLT - Brasília
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4/6 (Divulgação)
Brasília ganhou um projeto de VLT (veículo leve sobre trllhos) que ligaria o Aeroporto de Brasília à Asa Sul da capital brasileira. Já em 2011 o primeiro trecho do VLT em Brasília teve suas obras paralisadas por fraude na licitação que ocorrera dois anos antes. No início do ano, foi declarado que o trecho Aeroporto - Asa Sul (que teria 6,4 km de extensão e quatro estações) não ficaria pronto antes da Copa do Mundo.
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5. Terminal Integrado - Recife
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O terminal fará parte do chamado "Ramal de Acesso à Cidade da Copa", via inescapável para quem quiser ir à Arena Pernambuco. A expectativa é que as obras ficassem prontas já para a Copa das Confederações, em 2013, mas em setembro de 2012 o Tribunal de Contas da União já alertou para atrasos. Apesar do otimismo da Secretaria das Cidades, que ainda insistia que o Terminal ficará pronto até junho de 2013, em setembro deste ano as obras, que deveriam estar 78% concluídas apresentavam um percentual de apenas 4% de conclusão.
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6. Confira como devem (ou deveriam) ficar as obras dos aeroportos no Brasil
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6/6 (Jefferson Bernardes/AFP)