Copa do Mundo: turista passa por bandeira do Brasil no Pelourinho, em Salvador (REUTERS/Jorge Silva)
Da Redação
Publicado em 26 de julho de 2014 às 09h05.
Brasília - O déficit de transações correntes brasileiro ficou em US$ 3,345 bilhões em junho, mas o saldo negativo na balança de bens, serviços e rendas com o exterior seria pior se não fosse a Copa do Mundo. De acordo com dados divulgados pelo Banco Central, os gastos de turistas estrangeiros no País foram recorde no mês passado e ajudaram a aliviar o rombo nas contas externas.
A conta de viagens de junho registrou um déficit de US$ 1,204 bilhão. Foi o menor saldo negativo para o mês desde 2009, quando a diferença entre o que os brasileiros gastaram no exterior e o que os turistas estrangeiros desembolsaram no País ficou em US$ 575 milhões.
De acordo com o chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, o efeito do Mundial de Futebol levou o saldo negativo em viagens em junho a ficar 17% inferior ao déficit registrado no mesmo mês de 2013. Nessa comparação, os gastos dos turistas que visitaram o País no mês passado aumentaram 76%.
"Os viajantes estrangeiros deixaram US$ 797 milhões no Brasil em junho. Esse é o resultado mais alto da série histórica do Banco Central", comentou Rocha. Com isso, as receitas com viagens no acumulado do primeiro semestre de 2014 chegaram a US$ 3,647 bilhões, valor também inédito.
Rocha adiantou ainda que os dados parciais de julho continuam mostrando um crescimento nas receitas de viagens, com alta de 50% na comparação com o mesmo mês de 2013. "Mas o crescimento deve ser menor no total do mês, porque o Mundial acabou no dia 13 de julho", ponderou. Até o dia 23 de julho, os gastos de estrangeiros no Brasil somaram US$ 609 milhões, enquanto os brasileiros deixaram US$ 1,648 bilhão nos países para onde viajaram, resultando num déficit parcial de US$ 1,039 bilhão.
Estabilidade
Com o resultado de junho, o déficit em transações correntes acumulado no primeiro semestre do ano chegou a US$ 43,311 bilhões, equivalentes a 3,84% do Produto Interno Bruto (PIB) no período. O resultado está bastante próximo do registrado nos seis primeiros meses do ano passado, quando a balança estava negativa em US$ 43,180 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.