Segmento mais atingido durante a crise, os bens de consumo duráveis dão a volta por cima e mudial de futebol ajuda nas vendas (.)
Da Redação
Publicado em 12 de maio de 2010 às 12h32.
Brasília - Inflação sob controle, melhores condições no mercado de trabalho e expansão do crédito - ainda que mais caro - com prazos maiores para quitação são as três variáveis apontadas por Fábio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), como as principais impulsionadoras do crescimento de 1,6% do varejo no mês de março, superior às expectativas do mercado.
Segundo relatório do IBGE divulgado nesta quarta-feira (12), além do aumento no volume de vendas, o comércio varejista teve alta de 0,9% na receita nominal em março em relação ao mês anterior. Na comparação com março de 2009, o volume de vendas cresceu 15,7%, e a receita nominal 19,1%. No acumulado do 1º trimestre, o avanço foi de 12,8% em relação aos últimos 12 meses. "O comércio entrou mais tarde e saiu mais cedo da crise. Além disso, o crescimento das vendas agora superou os números de momentos anteriores à crise", avaliou Bentes.
O segmento dos bens duráveis foi o mais atingido durante as turbulências, mas com iniciativas do governo, o mercado conseguiu se reerguer, explica o economista. "Estimamos um crescimento de 15,5% nas vendas do setor. Dentro deste número está implícito o efeito Copa do Mundo", pondera Fábio Bentes. O economista avisa que apesar de impulsionar as compras de eletrodomésticos, em especial aparelhos de televisão, o mundial não vai empurrar o varejo sozinho. "Claro que se compararmos com um ano sem copa, o crescimento ia ser menor, mas mesmo sem o campeonato, iríamos ter um crescimento significativo", disse ele.
Expectativa
O economista Fábio Bentes acredita que o Banco Central continuará a aumentar os juros para frear a economia. No entanto, as expectativas continuam positivas. "Não vemos nuvem negra no horizonte; a projeção é que o ano feche com alta de 11,4% nas vendas do varejo", diz o economista da CNI.
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