Economia

Contribuintes terão até junho para corrigir informações do IRPJ e da CSLL junto à Receita

Segundo a Receita Federal, há aproximadamente 5 mil contribuintes com indícios de redução indevida de valores de IRPJ e CSLL

Izael Pereira
Izael Pereira

Reporter colaborador, em Brasília

Publicado em 10 de maio de 2023 às 18h37.

Última atualização em 10 de maio de 2023 às 19h00.

A Receita Federal estabeleceu prazo até o fim de junho para que o contribuinte corrija informações sobre os valores do imposto de renda pessoa jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). A autarquia identificou aproximadamente 5 mil contribuintes com indícios de redução indevida de valores de IRPJ e CSLL, em razão de prováveis exclusões de benefícios fiscais de ICMS das correspondentes bases tributáveis. Esses valores, diz a Receita, não acrescem os resultados econômico-financeiros das empresas, por não lhes serem destinados.

Leia mais: Arcabouço Fiscal e ICMS: para entender em qual cumbuca Haddad quer colocar a mão

Segundo o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, a autorregularização dos contribuintes antes do início do procedimento fiscalizatório permite o recolhimento dos valores sem acréscimo de multa moratória (20%) ou de ofício (75% ou mais). “Ou seja, em valor substancialmente menor que aquele devido em caso de autuação”, pontua.

Mesmo no caso de contribuintes que já estão sob fiscalização ou já autuados, a regularização dentro do prazo da autuação permite “substancial redução dos acréscimos, em até 50% do valor da multa”, diz a nota divulgada pelo Ministério da Fazenda. Além disso, oferece possibilidade de parcelamento em até 60 meses e, no caso de contribuintes que já foram autuados, redução substancial das multas e juros por adesão à transação do Programa Litígio Zero.

“As dezenas de bilhões de reais a serem recolhidos no âmbito desse programa de autorregularização e na cobrança subsequente serão essenciais para a continuidade dos serviços públicos e programas sociais não apenas da União, mas também de Estados e Municípios que receberão parcela significativa dos recursos”, completou o secretário da Receita.

O Ministério da Fazenda informou ainda, que no dia de 10 de maio, a Receita Federal deu início à comunicação dessa possibilidade para esses contribuintes por meio de notas e correspondências. “A orientação dos contribuintes e a oportunidade de autorregularização permite a redução do litígio e a solução mais eficiente e proveitosa para as empresas e para a população brasileira”, informou Barreirinhas.

Segundo a Fazenda, estão em situação irregular com a receita os contribuintes que reduziram indevidamente os valores do imposto de renda pessoa jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), em desconformidade com o artigo 30 da Lei nº 12.973/2014, a partir de entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), consolidado em julgamento realizado no dia 26 de abril de 2023.

Decisão do STJ liberou R$ 90 bilhões

No final de abril, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu  autorizar que a União cobre dois impostos federais sobre benefícios fiscais concedidos pelos estados por meio do imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS). A decisão atende à expectativa do Ministério da Fazenda, que espera arrecadar até R$ 90 bilhões com a decisão.

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de autorizar por unanimidade a cobrança de IRPJ e CSLL sobre benefícios fiscais de ICMS ajudará na recomposição do orçamento e, por causa disso, no processo de queda de juros pelo Banco Central.

Acompanhe tudo sobre:receita-federalICMSImpostosFernando HaddadGoverno LulaNovo arcabouço fiscal

Mais de Economia

ONS recomenda adoção do horário de verão para 'desestressar' sistema

Yellen considera decisão do Fed de reduzir juros 'sinal muito positivo'

Arrecadação de agosto é recorde para o mês, tem crescimento real de 11,95% e chega a R$ 201,6 bi

Senado aprova 'Acredita', com crédito para CadÚnico e Desenrola para MEIs