Economia

Contratação na indústria volta ao pré-crise

Dados do Ministério do Trabalho mostram que a indústria foi o primeiro setor a retomar e até mesmo superar o ritmo de criação de vagas de 2014

Trabalhador da indústria: geração de empregos no País em 2017 apresenta uma melhora em relação aos dois últimos anos (iStock/Thinkstock)

Trabalhador da indústria: geração de empregos no País em 2017 apresenta uma melhora em relação aos dois últimos anos (iStock/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de novembro de 2017 às 11h49.

São Paulo - A geração de empregos formais no País em 2017 apresenta uma melhora em relação aos dois últimos anos, quando as demissões superaram fortemente as contratações. Dados do Ministério do Trabalho, obtidos pelo Estadão/Broadcast, mostram que a indústria foi o primeiro setor a retomar e até mesmo superar o ritmo de criação de vagas de 2014. Enquanto isso, os demais segmentos ainda apresentam desempenho inferior ao verificado antes do ajuste no mercado de trabalho.

De janeiro a setembro de 2017, a indústria registrou saldo positivo de 76.337 vagas. O desempenho acumulado no ano supera, e muito, o saldo verificado nos períodos correspondentes de 2015, com encerramento de 287.503 postos de trabalho, e de 2016, quando o número ficou negativo em 133.483. O saldo, inclusive, está acima do verificado em 2014, quando o número era positivo em 40.772.

"A indústria em trajetória de melhora é um fator bem positivo para a economia como um todo. Este é um vetor positivo, se pensarmos no efeito sobre serviços e outros segmentos", apontou o economista da Tendências Consultoria, Thiago Xavier. Ele lembra que a recuperação dos empregos no setor vem em linha com a retomada da produção industrial.

Outro termômetro da economia, o comércio ainda segue num ritmo mais lento de contratações em comparação ao período que antecedeu os cortes. O setor, que representa cerca de 20% dos empregos formais no País, é o que mais destruiu vagas em 2017, com saldo negativo de 87.935 postos de trabalho, mostram os dados do Caged.

"Houve a interrupção dos projetos de expansão e novas lojas, que oferecem um adicional importante na geração de empregos. Agora, com o início da retomada econômica, as empresas grandes começam a estudar a abertura de novas unidades e temos uma recuperação do emprego, ainda lenta e tênue", explicou o economista-chefe da Associação Comercial de São Paulo, Marcel Solimeo.

Se a geração de vagas da indústria já apresenta ritmo comparável ao período pré-crise e o comércio ainda segue em terreno negativo, o setor de serviços ficou "no meio do caminho". A geração de vagas voltou ao terreno positivo nos dados até setembro, com saldo de 78.190 postos de trabalho, após registrar encerramento líquido de vagas em 2015 (-66.944) e 2016 (-192.872). Ainda assim, a distância é grande até os 489.876 postos registrados no mesmo período de 2014.

O presidente da Confederação Nacional de Serviços (CNS), José Luiz Nogueira Fernandes, avalia que a geração de vagas no setor deve acelerar neste fim de ano. "Acredito que até o fim do ano, que é um período de contratações no segmento, o saldo ficará em torno de 150 mil vagas geradas", declarou.

Já para 2018, diz o executivo, com a economia em um ritmo de expansão mais forte e com as novas possibilidades de contratação previstas na reforma trabalhista, a criação de postos de trabalho formais pode voltar ao patamar de 2014. "Se as condições continuarem a melhorar, esse pico [de contratações] deve acontecer no ano que vem e depois, em 2019, continuar aumentando vagarosamente."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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