Economia

Contração industrial perde força em fevereiro com maior confiança

PMI da indústria brasileira subiu para 46,9 em fevereiro ante 44,0 em janeiro, mas permanece em território de contração pelo 25º mês seguido

Indústria brasileira: ritmo de queda da produção industrial também se moderou, atingindo o nível mais fraco desde novembro (Paulo Whitaker/Reuters)

Indústria brasileira: ritmo de queda da produção industrial também se moderou, atingindo o nível mais fraco desde novembro (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 2 de março de 2017 às 10h24.

São Paulo - A contração da indústria do Brasil perdeu força em fevereiro diante de quedas mais brandas de novos pedidos e melhora da confiança, mas as condições operacionais do setor permanecem desafiadoras de acordo com o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgado nesta quinta-feira.

O PMI da indústria brasileira subiu a 46,9 em fevereiro de 44,0 em janeiro, mas apesar da melhora permanece em território de contração pelo 25º mês seguido, destacando "uma deterioração adicional acentuada na saúde do setor", apontou o IHS Markit.

"À primeira vista, os dados do PMI de fevereiro permaneceram decepcionantes. Entretanto, as taxas de contração de produção, encomendas, exportações e emprego diminuíram desde janeiro", destacou a economista do IHS Markit Pollyanna De Lima.

"Em relação ao cenário, os dados ainda indicam momentos desafiadores à frente, com o IHS Markit prevendo que a economia do Brasil vai se estabilizar em 2017...e então retomar o crescimento em 2018", completou.

A demanda permaneceu fraca em fevereiro, mas a taxa de redução no volume de novos trabalhos recebidos atingiu o ponto mais lento desde novembro passado.

O volume de novos negócios provenientes do exterior também diminuiu, mas igualou o ritmo mais fraco na sequência atual de nove meses de desaceleração. O subsetor de bens de consumo foi o que registrou as perdas mais acentuadas.

Com isso o ritmo de queda da produção industrial também se moderou, atingindo o nível mais fraco desde novembro, tendo sido observado crescimento na categoria de bens de capital pela primeira vez em dois anos.

As dificuldades de caixa e necessidades mais baixas de produção continuaram afetando o mercado de trabalho em fevereiro, mas a taxa de perda de empregos, ainda que acentuada, atingiu o ponto mais fraco em mais de um ano.

Já os custos de insumos aumentaram com força em fevereiro diante dos preços mais altos dos metais, produtos químicos, têxteis, plásticos, papéis e combustíveis, fazendo com que os produtores elevassem os preços de venda mais uma vez. Assim, a inflação de preços cobrados atingiu recorde de oito meses.

Em relação às expectativas, o grau de otimismo melhorou diante das expectativas de recuperação econômica, com 73 por cento dos fabricantes prevendo aumento no volume de produção ao longo do próximo ano.

Assim, o nível de otimismo foi em fevereiro o mais alto registrado nos quase cinco anos de série histórica.

A indústria brasileira fechou 2016 com queda de 6,6 por cento na produção, terceiro ano seguido de perdas diante da fraqueza nos investimentos e da demanda interna frente à recessão no país.

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