Economia

Conta de luz em SP fica mais cara a partir desta sexta; impacto no IPCA deve ser de até 0,10%

A Enel Distribuição São Paulo teve o Reajuste Tarifário Anual aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) na última terça-feira

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 4 de julho de 2025 às 08h50.

A conta de energia elétrica de mais de 8 milhões de residências, cerca de 18 milhões de pessoas, no estado de São Paulo vai ficar mais cara a partir desta sexta-feira, 4.

A Enel Distribuição São Paulo, concessionária responsável pela energia na capital e em 23 cidades da Grande São Paulo, teve o Reajuste Tarifário Anual aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) na última terça-feira. 

O aumento médio para os consumidores será de 13,94%, sendo 15,77% para consumidores de Alta Tensão, e 13,47% para os consumidores de baixa tensão, que correspondem pelas residências. A tarifa B1 Residencial será de R$ 725,18/MWh.

Em nota, a Enel afirma que o reajuste é resultado principalmente da elevação de custos que não são de responsabilidade e não são gerenciáveis pela companhia - como encargos setoriais definidos em Leis e Decretos e aquisição de energia.

Esses fatores, segundo a concessionária, são definidos por regulamentação federal, somados aos custos de transmissão e tributos federais e estaduais, têm impacto direto no valor final da fatura, independentemente da atuação da distribuidora.

O reajuste aprovado reflete, na maioria, o aumento de 30% no encargo da CDE USO, que financia, entre outros itens, a tarifa social de energia elétrica. 

Embora o benefício tenha alcançado cerca de 60 milhões de famílias, a conta adicional é repassada aos consumidores cativos com consumo superior a 120 kWh mensais, pressionando as tarifas do restante da população.

Aumento terá impacto na inflação de julho

Segundo a projeções da Warren Investimentos e da Tendências Consultoria, a decisão da Aneel terá impacto direto no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador que mede a inflação oficial do Brasil.

O impacto potencial na inflação de julho pode chegar a até 10 pontos-base, 0,10%.

A Enel SP representa cerca de 80% da amostra pesquisada pelo IBGE no estado e responsável por quase um terço (33%) do peso do IPCA.

Apesar da aprovação do reajuste integral, a projeção da Warren Investimentos considera uma alta mais moderada, de 7,3% neste ciclo.

Com esse cenário, o impacto estimado no IPCA de julho é de 4 pontos-base, elevando a projeção do mês de 0,25% para 0,30%. Para o acumulado do ano, a estimativa passou de 4,91% para 4,95%.

Acompanhe tudo sobre:EnelEstado de São PauloEnergia elétrica

Mais de Economia

Haddad elogia retirada do ressarcimento do INSS do arcabouço fiscal

Toffoli homologa acordo para ressarcir vítimas de fraudes do INSS

Câmara dos Deputados aprova urgência para apreciação de projeto que revisa benefícios fiscais

PF deve instaurar inquérito para investigar ataque hacker a instituições financeiras