Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 4 de julho de 2025 às 08h50.
A conta de energia elétrica de mais de 8 milhões de residências, cerca de 18 milhões de pessoas, no estado de São Paulo vai ficar mais cara a partir desta sexta-feira, 4.
A Enel Distribuição São Paulo, concessionária responsável pela energia na capital e em 23 cidades da Grande São Paulo, teve o Reajuste Tarifário Anual aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) na última terça-feira.
O aumento médio para os consumidores será de 13,94%, sendo 15,77% para consumidores de Alta Tensão, e 13,47% para os consumidores de baixa tensão, que correspondem pelas residências. A tarifa B1 Residencial será de R$ 725,18/MWh.
Em nota, a Enel afirma que o reajuste é resultado principalmente da elevação de custos que não são de responsabilidade e não são gerenciáveis pela companhia - como encargos setoriais definidos em Leis e Decretos e aquisição de energia.
Esses fatores, segundo a concessionária, são definidos por regulamentação federal, somados aos custos de transmissão e tributos federais e estaduais, têm impacto direto no valor final da fatura, independentemente da atuação da distribuidora.
O reajuste aprovado reflete, na maioria, o aumento de 30% no encargo da CDE USO, que financia, entre outros itens, a tarifa social de energia elétrica.
Embora o benefício tenha alcançado cerca de 60 milhões de famílias, a conta adicional é repassada aos consumidores cativos com consumo superior a 120 kWh mensais, pressionando as tarifas do restante da população.
Segundo a projeções da Warren Investimentos e da Tendências Consultoria, a decisão da Aneel terá impacto direto no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador que mede a inflação oficial do Brasil.
O impacto potencial na inflação de julho pode chegar a até 10 pontos-base, 0,10%.
A Enel SP representa cerca de 80% da amostra pesquisada pelo IBGE no estado e responsável por quase um terço (33%) do peso do IPCA.
Apesar da aprovação do reajuste integral, a projeção da Warren Investimentos considera uma alta mais moderada, de 7,3% neste ciclo.
Com esse cenário, o impacto estimado no IPCA de julho é de 4 pontos-base, elevando a projeção do mês de 0,25% para 0,30%. Para o acumulado do ano, a estimativa passou de 4,91% para 4,95%.