Economia

Consumo não ajudará a melhorar o PIB, diz Provar

No caso das vendas do varejo ampliado em todo o país, o Provar/Fia projeta um crescimento de 1,3% entre abril e junho ante alta de 6,1% do mesmo período de 2012


	De acordo com o presidente do conselho do Provar/Fia, Claudio Felisoni, um novo ciclo de consumo forte, como o visto em 2010, vai demorar a acontecer
 (José Cruz/ABr)

De acordo com o presidente do conselho do Provar/Fia, Claudio Felisoni, um novo ciclo de consumo forte, como o visto em 2010, vai demorar a acontecer (José Cruz/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2013 às 13h11.

São Paulo - As vendas no varejo não ajudarão a impulsionar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em razão do cenário adverso atual.

De acordo com o presidente do conselho do Programa de Administração do Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar/Fia), Claudio Felisoni, um novo ciclo de consumo forte, como o visto em 2010, vai demorar a acontecer, porque a renda da população está bem comprometida com dívidas anteriores e em razão da inflação.

"Temos três fatores que impulsionam o PIB: consumo, investimentos e exportações. Não veremos mais aquele consumo forte. Os investimentos até melhoraram, mas os prazos de maturação transcendem 2013. E nas exportações estamos vendo queda dos preços das commodities, perda da competitividade, apesar de um câmbio favorável à receita, mas nocivo aos custos", explicou.

"É bem provável que o crescimento do PIB fique abaixo das projeções de 2,7% para o ano", ressaltou.

O professor também ressaltou que o aumento do consumo da classe média registrado nos últimos anos foi graças a uma estabilização de preços.

"Se não houver um controle efetivo dos preços dos itens, o rendimento da massa não vai aumentar mais e o consumo continuará patinando", ressaltou, dizendo que não adianta o governo anunciar medidas de estímulo ao consumo se não há avanço de renda.


No caso das vendas do varejo ampliado em todo o País, o Provar/Fia projeta um crescimento de 1,3% entre abril e junho ante alta de 6,1% do mesmo período de 2012, com base em dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.

Para julho a setembro, a expectativa é de um porcentual de 1,1% ante alta de 5,6% dos mesmos meses do ano passado.

Manifestações

Sobre as manifestações recentes, o professor acha que não há interferências nas vendas. "A desaceleração do consumo é muito mais reflexo dessa situação de inadimplência e desemprego. Mas os protestos dos caminhoneiros podem atrapalhar sim, porque é desabastecimento. A economia é um sistema e, quando há quebra em um elo, desestabiliza todo o sistema."

Felisoni ainda comentou que as empresas - não somente do setor varejista - já estão revendo seus planos de investimentos. "Há uma situação de economia instável. Mas agora há a instabilidade política, o que não se via há anos", declarou.

Acompanhe tudo sobre:Comércioeconomia-brasileiraIndicadores econômicosPIBVarejoVendas

Mais de Economia

Governo reduz contenção de despesas públicas de R$ 15 bi para R$ 13 bi e surpreende mercado

Benefícios tributários farão governo abrir mão de R$ 543 bi em receitas em 2025

“Existe um problema social gerado pela atividade de apostas no Brasil”, diz secretário da Fazenda

Corte de juros pode aumentar otimismo dos consumidores nos EUA antes das eleições