Economia

Consumo fraco tira R$ 27 bilhões da economia

O arrefecimento do consumo das famílias pode tirar, em média, 0,5 ponto porcentual de crescimento da economia em 2013


	Consumidores: a perda de ímpeto de consumo das famílias neste ano vem sendo sinalizada por vários indicadores
 (David Ramos/Getty Images)

Consumidores: a perda de ímpeto de consumo das famílias neste ano vem sendo sinalizada por vários indicadores (David Ramos/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2013 às 09h13.

São Paulo - O arrefecimento do consumo das famílias, já sinalizado pela desaceleração das vendas do comércio varejista no primeiro trimestre deste ano, pode tirar, em média, 0,5 ponto porcentual de crescimento da economia em 2013, nas contas de consultorias econômicas.

Isso significa que, em valores correntes, até R$ 27,5 bilhões que seriam usados na compra de bens e de serviços podem deixar de circular na economia.

A perda de ímpeto de consumo das famílias neste ano vem sendo sinalizada por vários indicadores. Mas, na semana passada, por exemplo, o resultado da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou o tamanho da freada nas compras.

O ritmo de crescimento do volume de vendas do comércio restrito, isto é, que não considera veículos e materiais de construção, caiu quase pela metade no fechamento do primeiro trimestre deste ano (4,5%) em relação ao encerramento de 2012 (8,4%).

"A surpresa é que a redução da taxa de crescimento do varejo foi abrupta", afirma o economista-chefe da consultoria GS&MD, Ricardo Meirelles.

Também dos seis segmentos que compõem a PMC, quatro tiveram desaceleração no crescimento no primeiro trimestre deste ano em relação a igual período de 2012, comparando-se ao ritmo de alta no primeiro trimestre do ano passado.

O volume de vendas dos hiper e supermercados, que tinha crescido 10,3% no primeiro trimestre de 2012 ante o de 2011, terminou o primeiro trimestre deste ano com elevação anual de apenas 1,8%.

Nos móveis e eletrodomésticos o tombo também foi grande: de 15,8% para 1%, nas mesmas bases de comparação. A trajetória se repetiu nas vendas de artigos farmacêuticos e de perfumaria, de 10,8% para 7,3%, e nos produtos de informática e de comunicação, de 30,9% para 3,6%.

"Esses resultados mostram que temporariamente está ocorrendo uma pausa nas compras", afirma o economista da Associação Comercial de São Paulo, Emilio Alfieri. Para ele, hoje o consumidor está pagando o que já tinha adquirido.

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