Recuperação da economia: consumo das famílias cresceu 1,5% no primero trimestre do ano (.)
Da Redação
Publicado em 8 de junho de 2010 às 16h22.
São Paulo - O consumo das famílias brasileiras, um dos destaques do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, divulgado pelo IBGE nesta terça-feira (8/6), vai continuar em expansão nos próximos trimestres. Na avaliação de Fábio Pina, assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio), nem mesmo o aperto monetário do Banco Central será capaz de esfriar o setor.
Dados do IBGE mostram que o principal componente das contas do país pelo lado da demanda interna aumentou 1,5% no primeiro trimestre de 2010, na comparação com o período anterior. Em relação ao primeiro trimestre de 2009, o salto foi de 9,3%. Na base anual de comparação, este é o vigésimo sexto crescimento consecutivo da despesa de consumo das famílias na série história de medições do IBGE.
O indicador já retoma os patamares observados no terceiro trimestre de 2008, portanto, antes da crise. Fábio Pina lembra que esta importante porção da demanda interna foi responsável por "segurar o PIB" durante o ano passado, e deve continuar mostrando força em 2010.
"O consumo chegou a assustar no fim de 2008, por causa do setor imobiliário, mas se recuperou, apoiado na ação do governo. Os incentivos, como a isenção do IPI e os ajustes na taxa Selic, são exemplos do que foi feito para que houvesse uma reação", diz o economista.
Apesar das previsões de contenção deste crescimento, fruto de um controle mais rigoroso da inflação que já começou a ser adotado pelo Banco Central e deve prosseguir até o fim do ano, Pina acredita que o consumo ainda será um "indicador parrudo". As prováveis altas na taxa básica da economia são vistas por ele como uma ação preventiva, típica do comportamento conservador da autoridade monetária.
"A inflação ameaça fugir do centro da meta, mas não vai estourar. Os desvios para cima e para baixo são justamente para isso. O crédito às pessoas físicas não vai sofrer uma alteração muito grande. O consumidor já paga uma taxa de juros tão elevada que, no final, não vai mudar muita coisa", afirma Fábio Pina.
Leia mais: Brasil não deve buscar crescimento chinês, diz professor da UnB
Leia mais: Investimento e consumo das famílias lideram crescimento