Economia

Consumidor volta a mirar bens duráveis, segundo FGV

O indicador que mede as expectativas de compras de bens duráveis avançou 0,8% na passagem de agosto para setembro


	Informação é da Fundação Getúlio Vargas
 (Alexandre Battibugli/Info EXAME)

Informação é da Fundação Getúlio Vargas (Alexandre Battibugli/Info EXAME)

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2012 às 14h41.

Rio de Janeiro - O consumidor voltou a demonstrar intenção em adquirir bens duráveis, segundo o Índice de Confiança do Consumidor (ICC), divulgado nesta segunda-feira pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). O indicador que mede as expectativas de compras de bens duráveis avançou 0,8% na passagem de agosto para setembro. Esta é a primeira alta desde maio deste ano (2,4%), na série com ajuste sazonal.

"O resultado está bem em linha com o que está acontecendo com a atividade econômica. O consumidor estava mais cauteloso, mas começa a adquirir segurança e a pensar em retomar as compras", disse a coordenadora técnica da Sondagem, Viviane Seda.

Em setembro, o ICC voltou a crescer, passando de -1% para 1,4%, na comparação com o mês anterior. Desta vez, foi o otimismo com o mercado de trabalho o responsável pela melhora da percepção do consumidor sobre a situação econômica atual, item que mais influenciou a alta do índice geral. O ICC é composto pelo Índice de Situação Atual (ISA), que cresceu 2,2% de agosto para setembro, e pelo Índice de Expectativas (IE), que avançou 1,8%, no mesmo período.

"O mercado de trabalho se manteve estável durante um período de atividade econômica fraca. Agora, com a crença na melhora da economia, o consumidor acredita também na geração de emprego, na criação de postos de trabalho", interpretou Viviane. A avaliação do consumidor sobre a situação atual da economia local avançou 2,2% de agosto para setembro, ante queda de 3,4% no mês anterior, considerando a mesma base de comparação.

Entretanto, a avaliação sobre a situação financeira atual da família caiu 0,2% em setembro ante o mês anterior. Em agosto, o mesmo item já havia caído 0,2%. A interpretação da FGV é de que as famílias com renda mais baixa sentem a inflação dos preços dos alimentos e estão com os seus orçamentos ainda comprometidos por dívidas passadas, o que acaba influenciando para baixo o índice. "O ICC teria avançado mais não fosse o pessimismo com a inflação dos alimentos", disse a economista da FGV.

A preocupação com a inflação derrubou também a taxa que mede as expectativas em relação às finanças familiares, que caiu 1,4% de agosto para setembro, após alta de 0,4% no mês anterior. Mais uma vez, prevaleceu o pessimismo entre as famílias com renda de até R$ 2,1 mil mensais. Neste grupo de consumidores, o Índice de Expectativa recuou 1,1% de agosto para setembro, enquanto o Índice de Situação Atual avançou 3,3%.

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