Economia

Consumidor quer carro mais forte que 1.0, diz consultora

Brasileiro vem aproveitando a melhora da renda para almejar veículos com motores mais potentes

A mudança no perfil do consumidor é um dos motivos que influenciaram a queda nas vendas dos veículos no Brasil em abril (Divulgação)

A mudança no perfil do consumidor é um dos motivos que influenciaram a queda nas vendas dos veículos no Brasil em abril (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2012 às 21h57.

São Paulo - Após o sucesso recente no país dos automóveis com motor 1.0, o consumidor brasileiro vem aproveitando a melhora da renda para almejar veículos com motores mais potentes. Para a sócia-diretora da MB Associados, Tereza Fernandez, é um bom motivo pelo qual os carros importados ainda mantêm uma fatia importante no mercado interno, já que vêm atendendo essa demanda com preços ainda atraentes, mesmo com os recentes aumentos de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

"O consumidor quer um veículo com maior motorização e com preços que caibam em seu orçamento. Os fabricantes de outros países trazem esses veículos com preços competitivos", disse a analista, que participou na quinta-feira da entrevista à imprensa da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) para detalhar os números do setor em abril.

Para Tereza, a mudança no perfil do consumidor é um dos motivos que influenciaram a queda nas vendas dos veículos no Brasil em abril. De acordo com a Fenabrave, as vendas de automóveis e comerciais leves recuaram 13,82% no mês passado ante março, para 244.853 unidades. Na comparação com abril de 2011, houve queda de 10,27% no número de emplacamentos. No acumulado de 2012, o recuo foi de 3,14% ante o mesmo período do ano passado, para 1.017.506 unidades.

Além da questão do perfil, a analista mencionou como fatores importantes para a queda nas vendas mais quatro detalhes de peso: a elevação do custo de manutenção de veículos; a perda do valor patrimonial do carro decorrente da "abertura do spread" entre o produto novo e o seminovo; a concorrência entre o desejo de comprar um carro e a necessidade para o consumidor adquirir a casa própria em tempos de maior facilidade para a compra do imóvel; e, principalmente, o "efeito conjuntural" motivado pelo aperto nas condições de crédito, em função da inadimplência.

Com base nos cálculos da MB Associados, a Fenabrave revisou para baixo, de 4,5% para 3,5%, a projeção de crescimento para as vendas de automóveis e comerciais leves em 2012. De acordo com a entidade, o total destes veículos vendidos neste ano deverá somar 3.545.584 unidades. Quando se consideram todos os segmentos, que incluem caminhão, ônibus e motos, a estimativa de expansão também foi revista, de avanço de 5,76% para 3,40%.

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