R$33 milhões: o resultado é estimulado pela intensa retração da atividade que levará a economia a uma queda de 3% neste ano, depois de já ter caído 3,8% em 2015 (asafta/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 5 de janeiro de 2016 às 08h30.
São Paulo - A possibilidade de a recessão econômica registrada em 2015 continuar neste ano e o ambiente de depreciação do câmbio serão determinantes para o superávit comercial saltar de US$ 19,681 bilhões, no ano passado, para US$ 33 bilhões, em 2016, comentou a economista da consultoria Tendências Gabriela Zini.
"Esses mesmos fatores serão importantes para uma redução do déficit de transações correntes de uma marca próxima a US$ 59 bilhões em 2015 para US$ 44,1 bilhões neste ano", comentou.
Na avaliação de Gabriela, existe a possibilidade de o saldo comercial em 2016 ser ainda maior do que a estimativa de US$ 33 bilhões, estimulado pela intensa retração da atividade que levará a economia a uma queda de 3% neste ano, depois de já ter caído 3,8% em 2015, de acordo com projeção da Tendências.
Além disso, deve haver neste ano um aumento do volume de exportações, especialmente na área agrícola, o que será motivado em boa medida pelo câmbio mais competitivo.
Como ela estima que a cotação do dólar ante o real variará de R$ 3,95 no fim de dezembro passado para R$ 4,20 doze meses depois, a economista prevê que neste ano as importações deverão recuar perto de 12%, enquanto as exportações baixarão ao redor de 3%.
Expectativas
Os dados da balança comercial brasileira de dezembro vieram acima da expectativa da maioria dos analistas e é reflexo de um aumento atípico das exportações de manufaturados, apontou a economista da GO Associados Mariana Orsini.
A economista previa superávit comercial de US$ 5,900 bilhões em dezembro e de US$ 19,300 bilhões para o dado fechado de 2015.
Mas, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o saldo positivo mensal da balança foi de US$ 6,240 bilhões e o anual foi de US$ 19,681 bilhões.
"Houve aumento das exportações de plataformas da Petrobras, tubos flexíveis de ferro e aço, aviões e automóveis", afirmou.
De acordo com a economista, os impactos da paralisação das atividades da mineradora Samarco, por causa do rompimento de uma barragem de rejeitos em Mariana (MG), começam a aparecer nos dados da balança comercial.
"Estimamos uma redução de até 13% nas exportações de minério de ferro este ano por causa do acidente, o que pode ter impacto de US$ 1,7 bilhão na balança", afirmou.