Construção: "a retomada do emprego na construção de edifícios e residências depende da recuperação do conjunto da economia", disse o coordenador-geral (foto/Thinkstock)
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de maio de 2017 às 13h48.
Brasília - O coordenador-geral de Estatísticas do Trabalho do Ministério do Trabalho, Mário Magalhães, avaliou nesta terça-feira, 16, que o setor da construção civil foi o único setor da economia com aumento do desemprego em abril - 1.760 demissões líquidas - por conta ainda da fraca atividade na construção de edifícios.
"Mas já há saldo positivo em construção de rodovias, ferrovias, com mais de 3.000 emprego, e para setor o elétrico, com mais de 600", destacou. "Já a retomada do emprego na construção de edifícios e residências depende da recuperação do conjunto da economia, principalmente do crédito", argumentou.
Serviços
Já no setor de serviços, mesmo com a recuperação 24.712 postos de trabalho em abril, Magalhães destacou a queda de 1.060 vagas nas instituições financeiras.
"Os anos de crise também afetaram o setor financeiro, que perdeu rentabilidade. Com certeza isso tem a ver com a reestruturação de bancos públicos, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, que reduziram a quantidade de agências e têm programas de demissão voluntária (PDV)", acrescentou.
O coordenador destacou ainda que a abertura de 14.648 vagas de trabalho na agropecuária em abril está relacionada com a safra de cana-de-açúcar, principalmente em São Paulo, além do café em Minas Gerais.
Magalhães explicou que o pico da geração de emprego no País - considerando todos os setores - costuma ocorrer nos meses de agosto, setembro e outubro, quando a indústria e o comércio contratam com vistas nas vendas de final de ano.
Comércio
O coordenador-geral de Estatísticas do Trabalho destacou que o comércio varejista criou 6.588 vagas de emprego formal em abril em decorrência da reação da renda e dos saques das contas inativas do FGTS.
"O comércio varejista vinha sendo um grande vilão, mas agora a gente pode ver um resultado de fato positivo", avaliou. "Hipermercados, supermercados e farmácias lideraram geração de vagas no setor", detalhou.
Segundo ele, a melhora do emprego no varejo está relacionada à recuperação do poder aquisitivo da população, aliado à menor inflação. "Além disso, embora parte dos saques do FGTS tenha sido usado para a quitação de dívidas, uma parcela também foi direcionada para o consumo", completou.
Já no comércio atacadista, houve queda de 1.261 postos de trabalho no mês passado.