Economia

Conselho do FMI aprova desembolso de US$ 4,7 bilhões para a Argentina

Pagamentos fazem parte de um programa refinanciado de US$ 44 bilhões, maior já feito pelo Fundo

Argentina: Os pagamentos fazem parte de um programa refinanciado de US$ 44 bilhões, o maior do credor (Stockbyte/Getty Images)

Argentina: Os pagamentos fazem parte de um programa refinanciado de US$ 44 bilhões, o maior do credor (Stockbyte/Getty Images)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 1 de fevereiro de 2024 às 06h33.

Última atualização em 1 de fevereiro de 2024 às 06h39.

O conselho executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou um desembolso de US$ 4,7 bilhões para o governo do presidente argentino Javier Milei, de acordo com um comunicado divulgado hoje.

Os pagamentos fazem parte de um programa refinanciado de US$ 44 bilhões, o maior do credor, que foi cercado de incertezas por meses durante a campanha eleitoral. A decisão da diretoria na quarta-feira segue um acordo em nível de equipe alcançado em Buenos Aires no início deste mês.

"O novo governo está tomando medidas ousadas para restaurar a estabilidade macroeconômica e começar a lidar com os obstáculos de longa data ao crescimento", disse a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, no comunicado. "Essas ações iniciais evitaram uma crise na balança de pagamentos, embora o caminho para a estabilização seja desafiador."

Recentemente, Milei retirou as medidas de austeridade mais importantes - incluindo os principais aumentos de impostos - de um pacote de reforma abrangente para apaziguar os legisladores. No entanto, o ministro da Economia, Luis Caputo, insiste que a Argentina ainda cumprirá sua meta de "déficit zero".

Um superávit primário este ano equivalente a 2% do produto interno bruto é uma das metas estabelecidas pelo FMI.

O FMI também quer que a Argentina aumente as reservas externas líquidas para US$ 10 bilhões até o final do ano. O Fundo, sediado em Washington, espera que a postura da política monetária de Milei evolua nos próximos meses, à medida que uma desvalorização inicial da moeda de 54% reflita na economia.

O desembolso é maior do que os US$ 3,3 bilhões inicialmente esperados e dá ao novo presidente tempo para honrar os pagamentos da dívida com o Fundo antes de decidir se continuará com o programa atual intermediado por seu antecessor ou se negociará um novo.

O chefe de gabinete de Milei, Nicolas Posse, viajou para Washington esta semana e se reuniu com a número 2 do FMI, Gita Gopinath. No início de janeiro, Milei se reuniu com Gopinath e com a diretora gerente do FMI, Kristalina Georgieva, no Fórum Econômico Mundial em Davos.

"O que este governo está fazendo é abordar de forma muito agressiva algumas das deficiências que todos nós vemos", disse Georgieva durante um evento da Bloomberg em Davos. "Fiscal: fora de controle - você gasta mais do que pode pagar. Reservas: esgotadas. Portanto, estamos vendo progresso em todas essas frentes."

O FMI reduziu drasticamente sua estimativa de crescimento para a Argentina na terça-feira, prevendo que a segunda maior economia da América do Sul encolherá por dois anos consecutivos, enquanto Milei pressiona por um "ajuste significativo de políticas". O Fundo espera que o PIB sofra uma contração de 2,8% este ano, com o aumento da inflação.

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