Economia japonesa: foi a maior divergência no Conselho desde que o presidente do banco central, Haruhiko Kuroda, anunciou o estímulo monetário agressivo em abril (Akio Kon/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 26 de novembro de 2013 às 08h06.
Tóquio - Alguns membros do Conselho do banco central do Japão buscaram no mês passado flexibilizar a meta de inflação do BC devido a preocupações quanto a riscos, tais como aumentos lentos no investimento empresarial e nos salários.
Na reunião de política de 31 de outubro, o BC informou em relatório bianual que os riscos à perspectiva econômica estão rigorosamente balanceados e que o Japão está fazendo progresso regular na direção de alcançar sua meta de inflação de 2 por cento em aproximadamente dois anos.
Mas a ata da reunião mostrou divergência entre os nove membros do Conselho quanto à meta de inflação, com os pessimistas duvidando que as empresas irão impulsionar os gastos de capital e os pagamentos regulares de modo rápido o suficiente. A ata foi divulgada pelo BC japonês nesta terça-feira.
Foi a maior divergência no Conselho desde que o presidente do banco central, Haruhiko Kuroda, anunciou o estímulo monetário agressivo em abril para atingir a meta de inflação.
Dois membros do Conselho veem que a inflação ao consumidor já atingiu o pico, porque o efeito do iene mais fraco, que infla os custos de importação, estaria diminuindo.
Os membros do Conselho Takehiro Sato e Takahide Kiuchi repetiram sua dissidência mostrada em abril contra o cronograma de dois anos para alcançar 2 por cento de inflação, com a visão de que esse horizonte é ambicioso demais para um país que sofre com a deflação por quase duas décadas.
Sato propôs mudança na promessa de inflação para dizer que tais níveis de preço ainda serão "pressupostos". Kiuchi quis revisar a meta de preço e o estímulo do banco central depois de dois anos. Ambas as propostas foram recusadas pelo Conselho.