O suspense em relação a quem assumirá é cada vez maior (Ricardo Stuckert/Instituto Lula/Divulgação)
João Pedro Caleiro
Publicado em 11 de junho de 2018 às 13h13.
Última atualização em 11 de junho de 2018 às 18h55.
O primeiro turno da eleição presidencial do Brasil está programado para 7 de outubro e o suspense em relação a quem assumirá a maior economia da América Latina é cada vez maior.
Confira a seguir o que alguns dos principais candidatos têm a dizer a respeito dos assuntos econômicos mais polêmicos.
Jair Bolsonaro
Venderá rapidamente um terço das empresas estatais, principalmente aquelas criadas por governos de esquerda. Afirma que ativos estratégicos precisam ser “preservados” e defende restrições à propriedade de terras agrícolas e depósitos minerais por estrangeiros.
Ciro Gomes
- Não é contrário às privatizações em princípio, mas se opõe à venda de empresas estratégicas como a Petrobras e a Eletrobras.
- Promete expropriar determinados campos de petróleo leiloados durante o governo do presidente Michel Temer.
Marina Silva
- “Não tenho dogma contra privatizações”, afirmou.
- É contrária à ideia de vender Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
Geraldo Alckmin
- De forma geral, apoia as privatizações, mas postura em relação à venda da Petrobras oscila.
- Não venderia bancos estatais como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
Alvaro Dias
- Apoia a privatização e promete vender 149 empresas estatais.
- É contrário à ideia no tocante a empresas que descreve como estratégicas, como Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
Jair Bolsonaro
- Apoia uma reforma da previdência de forma geral, mas ainda está trabalhando em uma proposta; alerta que o sistema previdenciário atual provavelmente vai “explodir” nos próximos anos.
- Como todos os candidatos, com exceção de Alckmin, Bolsonaro criticou a proposta de reforma do governo Temer.
Ciro Gomes
- Afirma que o sistema previdenciário do Brasil não tem déficit, mas apoia uma reforma multifacetada favorável a novas entradas no mercado de trabalho e uma pensão mínima universal.
Marina Silva
- A reforma da previdência é estratégica e precisa ser enfrentada logo no início do novo governo.
Geraldo Alckmin
- Apoia a proposta de Temer de fixar uma idade mínima de aposentadoria e de limitar outros benefícios.
- Afirma que o próximo presidente precisa aprovar uma reforma nos seis primeiros meses de governo.
Alvaro Dias
- É favorável à idade mínima e à redução da diferença entre as aposentadorias públicas e privadas.
Jair Bolsonaro
- Defende um Banco Central autônomo com meta de inflação clara.
- Seria bom manter a diretoria atual do banco ou empossar uma com ideias similares.
Ciro Gomes
- Afirma que o Banco Central atua com uma autonomia “criminosa”, citando nomeações do setor privado para o conselho ao longo dos anos.
- Para ele, o Banco Central deveria ter metas para inflação e emprego.
Marina Silva
- Apoia a autonomia operacional para o Banco Central. Afirma que sua proposta em 2014 como candidata, favorável à independência do Banco Central, não correspondia à sua visão pessoal.
Geraldo Alckmin
- Afirma que a autonomia do Banco Central não é tão prioritária quanto a questão fiscal.
- Diz que Ilan Goldfajn está fazendo um bom trabalho e que seria uma boa ideia mantê-lo no cargo.
Alvaro Dias
- Descreve a autonomia do Banco Central como um objetivo.
Jair Bolsonaro
- Defende um Estado menor e a limitação da carga tributária do Brasil.
- É contrário à taxação de lucros e dividendos.
Ciro Gomes
- Afirma que os cidadãos pobres e de classe média pagam mais impostos do que a classe alta.
- Apoia a transferência da carga tributária das compras de produtos básicos, medicamentos e eletricidade para outras áreas, incluindo heranças e riquezas.
Marina Silva
- Quer uma transparência maior e um sistema tributário descentralizado e simplificado.
- Argumenta que os cidadãos pobres não deveriam pagar mais impostos.
- Pensa que o enxugamento não pode comprometer a capacidade do governo de oferecer serviços básicos.
Geraldo Alckmin
- Defende a necessidade de cortar custos para fazer negócios no Brasil e a implementação de medidas que aumentem a competitividade e também a confiança para atrair investimentos.
Alvaro Dias
- Defende a ideia de reduzir o número de ministérios e também o número de parlamentares do Senado e da Câmara dos Deputados.
- Afirma que o Estado brasileiro cresceu demais.