Após meses de bloqueio, democratas e republicanos aprovaram o plano de apoio à economia (ak_phuong/Getty Images)
AFP
Publicado em 22 de dezembro de 2020 às 06h48.
Última atualização em 22 de dezembro de 2020 às 06h51.
Os congressistas dos Estados Unidos aprovaram na segunda-feira um plano de apoio a famílias e empresas de quase 900 bilhões de dólares, considerado essencial para ajustar o rumo da maior economia mundial, fortemente atingida pela pandemia.
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O grande apoio que o pacote de ajuda recebeu tanto no Senado como na Câmara de Representantes abre o caminho para sua ratificação pelo presidente Donald Trump.
"O povo americano pode ter certeza de que há mais ajuda a caminho, de imediato", escreveu no Twitter o líder republicano do Senado, Mitch McConnell.
Coincidindo com o forte avanço da propagação do coronavírus, que continua provocando muitas dificuldades à economia, os congressistas republicanos e democratas finalmente elaboraram um projeto de lei após meses de disputas.
O acordo será um balão de oxigênio para milhões de desempregados que temiam o fim dos auxílios após o Natal e proporcionará uma nova injeção de dinheiro nos lares mais vulneráveis.
As pequenas empresas serão beneficiadas por mais subsídios governamentais. O pacote também inclui ajudas para o aluguel e para as famílias que enfrentam a ameaça de despejo.
"É um bom acordo bipartidário", disse a presidente democrata da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi. "Mas como disse o presidente eleito, Joe Biden, é um primeiro passo. Teremos que fazer mais, mais para obter assistência para combater o vírus. Mais dinheiro para comprar vacinas", afirmou na Câmara.
Estados Unidos, país mais afetado do mundo pela pandemia, enfrenta uma aceleração dos casos, o que ameaça a esperada recuperação econômica. O número de casos no país superou na segunda-feira 18 milhões. O balanço também registra mais de 319.000 mortes.
Dados recentes mostram que as vendas no varejo enfrentam uma desaceleração no período de Natal, enquanto os novos pedidos de seguro-desemprego aumentaram durante quatro das últimas cinco semanas, após meses de quedas.
Antes mesmo da votação sobre medidas urgentes de ajuda à economia, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, disse na segunda-feira que cheques de 600 dólares por adulto e por criança para famílias com maiores dificuldades começarão a ser enviados do início da próxima semana.
Mnuchin também comemorou essa ajuda que chega "bem a tempo para as festas" de fim do ano, em declarações à rede CNBC.
"As pessoas vão receber esse dinheiro no início da próxima semana. Será muito rápido", acrescentou o membro do gabinete de Donald Trump.
As ajudas diretas se destinam a sustentar o consumo das famílias e, consequentemente, o crescimento. Para famílias com maiores problemas financeiros, deve ajudar a pagar os aluguéis.
"Podemos terminar o ano em uma rara nota otimista", ressaltou Chuck Schumer, líder da maioria democrata no Senado.
A primeira economia do mundo entrou em profunda recessão na primavera (outono no Brasil), a pior desde a década de 1930, devido à paralisação da atividade para combater o surto do novo coronavírus.
Da noite para o dia, milhões de americanos se viram desempregados.
A retomada sustentada no verão trouxe algum otimismo antes que a segunda grande onda da pandemia interrompesse a criação de empregos e a atividade novamente no outono.
Este plano deve impedir que milhões de pessoas caiam na pobreza, pois sem o mesmo elas perderiam os auxílios no dia seguinte ao Natal.
O primeiro pacote, que atingiu a gigantesca quantia de 2,2 trilhões de dólares, foi votado com urgência no final de março, em plena eclosão da pandemia de covid-19.
Os benefícios incluíam seguro-desemprego de 600 dólares por semana e o envio de um cheque de 1.200 dólares por adulto.
Desde o verão, democratas e republicanos se encontravam em um impasse sobre o valor total do novo plano de emergência: enquanto os primeiros exigiam um pacote equivalente ao de março, os segundos buscavam limitá-lo a um máximo de 1 trilhão de dólares.
O presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), Jerome Powell, já havia alertado na semana passada que muitas pequenas empresas poderiam falir caso não recebessem novos auxílios.
O plano também deve incluir ajuda de cerca de 16 bilhões de dólares para salvar dezenas de milhares de empregos em companhias aéreas e seus funcionários terceirizados.