Economia

Congresso derruba veto sobre redistribuição de ISS a municípios

Redistribuição do ISS estava prevista em projeto de reforma do ISS, aprovado no Senado em dezembro do passado, mas foi vetada pelo presidente Temer

Congresso: atualmente, a arrecadação do ISS está concentrada apenas em 35 prefeituras (./Divulgação)

Congresso: atualmente, a arrecadação do ISS está concentrada apenas em 35 prefeituras (./Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de maio de 2017 às 06h39.

Brasília - O Congresso Nacional derrubou, na noite desta terça-feira, 30, um veto parcial do presidente Michel Temer que impedia a redistribuição do Imposto sobre Serviços (ISS) para mais de 5,5 mil municípios brasileiros. O veto caiu por 49 votos a 1, entre os senadores, e 371 votos a 6, entre os deputados.

A redistribuição do ISS estava prevista em projeto de reforma do ISS, aprovado no Senado em dezembro do passado, mas foi vetada pelo presidente.

Atualmente, a arrecadação desse imposto está concentrada apenas em 35 prefeituras. O motivo é que somente as cidades nas quais estão instaladas prestadoras de serviço específicos - como empresas de cartões de créditos e débito, leasing e planos de saúde - podiam receber esse tributo.

Pelo texto aprovado no Congresso, o ISS passa a ser direcionado para os municípios de domicílio dos clientes desses mesmos serviço.

Essa alteração da tributação para o domicílio do cliente é uma antiga reivindicação de prefeitos. Isso porque a arrecadação de R$ 6 bilhões passa a ser dividida entre todas as cidades do País e deixa de ficar concentrada apenas em algumas prefeituras.

Na justificativa do veto, o Planalto argumentou que a mudança traria "uma potencial perda de eficiência e de arrecadação tributária, além de redundar em aumento de custos para empresas do setor, que seriam repassados ao custo final", ou seja, ao consumidor.

Diante da pressão de prefeitos, no entanto, o governo aceitou fazer um acordo e autorizou a base aliada a derrubar esse veto. A oposição, por sua vez, comemorou o "recuo" e tratou a mudança de posição como "derrota do Palácio do Planalto".

O deputado Caetano (PT-BA) lembrou que a derrubada do veto foi defendida durante a 20ª Marcha dos Prefeitos a Brasília, no começo do mês.

"Os municípios vivem uma crise profunda, os prefeitos vivem com a cuia na mão. Eles têm se mobilizado para que esse veto seja derrubado aqui hoje", disse Caetano.

O próprio presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), já havia feito aceno à derrubada do veto. "Essa é uma matéria extremamente importante para os municípios brasileiros.

Já tive oportunidade de comunicar (Temer) que havia um movimento no sentido da derrubada do veto."

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