Economia

Congresso derruba veto de Lula e desoneração da folha de pagamento será prorrogada até o fim de 2027

A desoneração da folha é um mecanismo que reduz a carga tributária da contribuição previdenciária para algumas empresas

 (Leandro Fonseca/Exame)

(Leandro Fonseca/Exame)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 14 de dezembro de 2023 às 15h36.

Última atualização em 14 de dezembro de 2023 às 15h49.

O Congresso Nacional derrubou nesta quinta-feira, 14, o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao projeto de lei que estendia até 2027 a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e reduzia a contribuição para a Previdência Social paga por pequenos municípios. Proposta será promulgada. 

A derrubada do veto foi defendida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e parlamentares ligados a Frente Parlamentar do Comércio, Serviços e Empreendedorismo (FCS). Os setores afetados argumentaram, para defender a medida, que a desoneração impacta 8,9 milhões de empregos formais diretos, além de outros milhões de postos de trabalho derivados da rede de produção dessas empresas. O grupo defende que a desoneração é “fundamental" para preservação de empregos.

Existia a expectativa do governo em votar o veto apenas na próxima semana, mas a pauta foi adiantada para está quinta. O ministério da Fazenda, Fernando Haddad, pediu, quando Lula vetou a desoneração, que os deputados e senadores aguardassem a alternativa proposta pelo governo antes de analisar o veto. Porém, a poucos dias do recesso parlamentar, a decisão majoritária entre os congressistas foi por derrubar a decisão presidencial. 

“Estamos aguardando uma resposta do Ministério da Fazenda sobre isso. A proposta atenderá reivindicações dos diversos setores. O ministro Haddad está à disposição para essa construção”, disse o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).

O que é desoneração da folha de pagamento?

A desoneração da folha é um mecanismo que permite que empresas de determinados setores paguem alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, em vez de 20% sobre a folha de salários. Na prática, o PL reduz a carga tributária da contribuição previdenciária para algumas empresas. A medida foi criada ainda na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2011, e foi sucessivamente prorrogada. 

Os 17 setores beneficiados pela desoneração da folha

  • Confecção e vestuário,
  • Calçados,
  • Construção civil,
  • Call center,
  • Comunicação,
  • Empresas de construção e obras de infraestrutura,
  • Couro,
  • Fabricação de veículos e carroçarias,
  • Máquinas e equipamentos,
  • Proteína animal,
  • Têxtil,
  • TI (tecnologia da informação),
  • TIC (tecnologia de comunicação),
  • Projeto de circuitos integrados,
  • Transporte metroferroviário de passageiros,
  • Transporte rodoviário coletivo,
  • Transporte rodoviário de cargas.
Acompanhe tudo sobre:Desoneração da folha de pagamentosCongresso

Mais de Economia

Haddad diz que consignado privado pelo eSocial terá juro "menos da metade" do que se paga hoje

Desafio não vai ser isentar, vai ser compensar com quem não paga, diz Haddad, sobre isenção de IR

Dino intima governo a explicar se emendas Pix para eventos cumprem regras de transparência

Governo deverá bloquear R$ 18,6 bilhões no Orçamento de 2025 para cumprir regras fiscais, diz Senado