Economia

Conflitos ameaçam recuperação do euro, diz presidente do BCE

Segundo Mario Dragui, a situação geopolítica pode ter um efeito negativo sobre os preços da energia e na demanda por produtos


	Mario Draghi: presidente do BCE afirmou que conflitos pelo mundo atrapalham recuperação do euro
 (Samuel Kubani/AFP)

Mario Draghi: presidente do BCE afirmou que conflitos pelo mundo atrapalham recuperação do euro (Samuel Kubani/AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2014 às 15h46.

Brasília - O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, disse hoje (7) que a tensão entre países como Rússia e Ucrânia e os conflitos armados no Iraque, Palestina, Síria e Líbano podem pôr em risco os esforços para reativar a economia na zona do euro. Segundo Dragui, a situação geopolítica pode ter um efeito negativo sobre os preços da energia e na demanda por produtos.

“A tensão entre a Rússia e a Ucrânia terá um impacto maior na zona euro do que em outras zonas do mundo”, afirmou Draghi, durante entrevista coletiva em Frankfurt, apontando as reformas estruturais insuficientes por parte de alguns países como outro risco para a retomada do crescimento econômico.

Após comentar a decisão do BCE de manter a atual taxa de juro na zona do euro em 0,15%, Dragui garantiu que o banco estará atento aos efeitos das sanções que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) aplicou à Rússia. Conforme anunciou hoje o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, a organização decidiu suspender a cooperação com a Rússia. Além disso, Estados Unidos e Europa decretaram sanções econômicas à Rússia pelo envolvimento na guerra da Ucrânia e apoio aos rebeldes pró-russos no Leste do país.

Em resposta às sanções que vêm sendo impostas em função do conflito com a Ucrânia, a Rússia proibiu a importação da maioria dos produtos alimentares de países europeus e dos Estados Unidos. A proibição aplica-se à importação, por um ano, de carne de vaca, porco e aves, ao peixe, ao queijo e ao leite, aos legumes e às frutas produzidos nos Estados Unidos, na União Europeia, na Austrália, no Canadá e na Noruega.

Para o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Seneri Paludo, o embargo russo aos produtos agropecuários dos Estados Unidos e demais países abre “uma grande janela para o Brasil”, podendo gerar uma “revolução” nas exportações brasileiras de carne, milho e soja, semelhante à entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2001, quando houve um “abalo sísmico” no mercado de commodities (produtos primários com cotação internacional).

Durante o ano passado, a Rússia importou de países europeus o equivalente a 11,8 milhões de euros em produtos agrícolas, o que corresponde a 9,9% do total de exportações da União Europeia para a Rússia.

*Com informações da Agência Lusa

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