Briga: os EUA investigam possíveis violações chinesas das leis de direito de propriedade intelectual dos Estados Unidos (Damir Sagolj/Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de março de 2018 às 06h34.
Última atualização em 29 de março de 2018 às 15h50.
A briga comercial de Donald Trump pode tomar novas proporções nesta quinta-feira. É esperado que o presidente dos Estados Unidos anuncie sanções econômicas e comerciais direcionadas a um de seus principais parceiros, a China, de acordo com informações que oficiais do alto escalão do governo concederam a veículos americanos, como a agência Bloomberg e a revista Politico.
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Depois que o governo Trump anunciou sobretaxas sobre o aço, uma commodity com 48% da produção global localizada na China, impor tarifas ao país seria o mais novo passo na política protecionista americana.
As sanções são resultado de uma investigação conduzida pelo representante de Comércio Exterior Robert Lighthizer, que investiga possíveis violações chinesas das leis de direito de propriedade intelectual dos Estados Unidos ao forçar companhias americanas a transferir conhecimento tecnológico e know-how para Pequim em troca de acesso ao mercado chinês — uma reclamação antiga das empresas.
Em relato a uma comissão da Câmara na quarta-feira, Lighthizer confirmou que o governo considera impor tarifas ao país e até mesmo limitar investimentos chineses, entre outras opções.
“Temos um problema sério em estar perdendo nossa propriedade intelectual, que é realmente a maior vantagem da economia americana”, disse aos legisladores.
As violações estariam causando uma perda de 60 bilhões de dólares por ano à economia dos Estados Unidos — sobretaxas em importados chineses devem ser impostas com impacto financeiro semelhante.
De acordo com fontes do jornal Wall Street Journal, a China estaria preparando uma retaliação caso os Estados Unidos imponham sanções, como aumento de tarifas para indústrias e estados americanos identificados como apoiadores e eleitores de Trump.
Um aumento de tarifas iria testar a relação entre Donald Trump e Xi Jinping, presidente da China, que até agora reagiu de maneira comedida às reclamações de Trump sobre o déficit comercial americano.
Embora fosse uma promessa de campanha de Trump limitar o acesso a importados chineses, até então a relação econômica entre os dois países era estável.
Os Estados Unidos são o principal destino dos manufaturados chineses, comprando o equivalente a 505 bilhões de dólares no ano passado, 19% das exportações. A China importou 130 bilhões de dólares dos Estados Unidos no mesmo período, o terceiro maior destino de bens produzidos no país.
O ministro de Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse no início do mês que esforços americanos em criar conflitos econômicos teriam “uma resposta justificada e necessária”. Uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo provavelmente não terá vencedores.