Economia

Confins e Curitiba são os aeroportos mais bem-avaliados no Brasil, diz Anac, entenda por quê

Galeão ficou em terceiro lugar; Campinas e Guarulhos ocuparam os últimos postos

Aeroporto de Curitiba: um dos melhores do país, segundo a Anac (CCR/Divulgação)

Aeroporto de Curitiba: um dos melhores do país, segundo a Anac (CCR/Divulgação)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 18 de fevereiro de 2024 às 11h21.

O aeroporto de Confins, em Minas Gerais, foi o terminal aéreo privado mais bem-avaliado do país em 2023, segundo levantamento da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). O local teve nota 1,99 no índice Q, que vai de até 2.

Em segundo lugar, vieram Curitiba, com 1,97, e Galeão, com 1,93. Nas últimas posições ficaram aeroportos paulistas, de Campinas, com 1,15, e Guarulhos, o principal terminal internacional do Brasil, com 0,47.

O Índice Q é divulgado anualmente pela Anac e considera apenas os 12 terminais concedidos à iniciativa privada. O indicador leva em conta 36 itens de qualidade dos serviços, como tempo de espera nas inspeções de segurança, cortesia dos seguranças, facilidade para encontrar o caminho no aeroporto, distância caminhada entre a entrada e o embarque, custo-benefício das lojas e restaurantes e percepção de limpeza.

Veja abaixo o ranking de aeroportos concedidos:

AeroportoNota
Confins (MG)1,99
Curitiba1,97
Galeão (RJ)1,93
Florianópolis1,8
Fortaleza1,8
Salvador1,8
Brasília1,75
Porto Alegre1,6
Recife1,54
Natal1,46
Campinas (SP)1,15
Guarulhos (SP)0,47

Fonte: Anac.

Os dados do índice Q impactam na remuneração dos concessionários, que poderão ter decréscimo de até 7% ou aumento de até 2%, a depender do resultado. Aeroportos que ficarem com baixas notas nos mesmos itens por períodos prolongados podem levar multas.

Os dois terminais mais bem-colocados estão em fases diferentes da concessão. Confins foi cedido em 2014, enquanto o de Curitiba foi assumido em 2022. Ambos são operados pela CCR Aeroportos, sendo que a estrutura mineira é administrada em parceria com a Zurich Airport.

Aeroporto de Confins, nos arredores de Belo Horizonte (BH Airport/Divulgação)

"Em Confins, os investimentos que transformaram o aeroporto foram quase todos concluídos. Estamos fazendo agora uma ampliação de um terminal para melhorar o fluxo de pessoas", diz Fabio Russo, CEO da CCR Aeroportos. Outras ações para melhorar o desempenho de Confins foram reforços no time de limpeza e aumento das ofertas de varejo.

Já em Curitiba as obras de transformação do aeroporto estão em fase mais inicial. Nos primeiros anos, houve troca de sinalização visual e mudanças internas de operação, além de renovação na oferta de lojas. As negociações em bloco são uma das formas de conseguir ampliar a lista de comerciantes.

"Trouxemos um time comercial e de operações muito experiente. Boa parte do time tinha experiência em shopping centers. Temos 17 aeroportos no Brasil e três fora, então quando chego para conversar com um grande operador de varejo, consigo oferecer um pacote para  instalar várias lojas em vários lugares ao mesmo tempo, com o mesmo tipo de contrato e padrão de engenharia", diz Russo.

Além disso, há uma busca por comerciantes locais. "Em Foz do Iguaçu tem uma loja incrível de doces árabes, que tem uma loja super tradicional na cidade e veio também para o aeroporto", comenta.

Russo conta que os aeroportos operados pela empresa retomaram o volume de passageiros de 2019, antes da pandemia, mas em ritmos diferentes. Confins está um pouco acima daquele patamar, enquanto Navegantes, em Santa Catarina, por exemplo, estão muito acima. O terminal fica próximo de Balneário Camboriú, Blumenau e dá acesso ao polo industrial do norte do estado.

Em 2023, o mercado aéreo doméstico brasileiro teve o melhor ano desde a pandemia e movimentou 112,6 milhões de passageiros. No entanto, o volume representa 95% do total de 2019, último ano antes da crise sanitária.

Para 2024, prossegue a expectativa da retomada de mais voos internacionais partindo de outras partes do Brasil, processo limitado nos úlitmos anos pela falta de aeronaves.

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