Economia

Confinamento bovino deve crescer menos por custo elevado

Segundo associação que represnta o setor, confinamento bovino deve crescer entre 5 e 10 por cento em 2014 ante o ano anterior


	Gado: sondagem apontou uma intenção de elevar o confinamento em 13% neste ano, o que representaria 836 mil animais
 (Mitchell/Getty Images)

Gado: sondagem apontou uma intenção de elevar o confinamento em 13% neste ano, o que representaria 836 mil animais (Mitchell/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2014 às 17h22.

São Paulo - O confinamento bovino deve crescer entre 5 e 10 por cento em 2014 ante o ano anterior, percentual abaixo da expectativa inicial, por conta de custos mais elevados do boi magro que podem comprometer a rentabilidade dos pecuaristas, disse o gerente-executivo da Associação Nacional dos Confinadores.

A segunda sondagem feita com associados da entidade em abril apontou uma intenção de elevar o confinamento em 13 por cento neste ano, o que representaria 836 mil animais.

Mas os custos crescentes em maio afetam a expectativa de confinamento.

"O otimismo do confinador tem diminuído. A reposição está muito cara, e inviabiliza em várias praças a compra de animais para o confinamento", disse Bruno de Andrade, gerente-executivo da Assocon.

Na primeira sondagem feita no começo do ano, quando a relação de custo estava mais interessante ao produtor, os pecuaristas chegavam a falar em confinar 25 por cento mais animais, ante cerca de 740 mil do ano anterior.

O que pesa contra o aumento do confinamento neste momento é o preço elevado do boi magro em relação ao valor previsto para venda da arroba do boi gordo no futuro, entre setembro e novembro.

O preço do boi magro negociado em Campo Grande (MS) acumula alta de cerca de 6 por cento apenas em maio, para 1.420 reais, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Esalq).

Do número total de pesquisados, apenas 70 por cento já tinham o boi magro efetivamente garantido nas fazendas, o que representaria o equivalente a cerca de 585 mil animais, acrescentou Andrade.

Os demais confinadores precisariam ir a campo para comprar o boi magro, justamente em um momento de preços mais altos.

Na avaliação de Andrade, os preços do boi magro subiram na esteira da alta da arroba bovina, pela maior procura diante da necessidade de atender à demanda crescente por carne bovina.

No sistema de confinamento, os animais são mantidos em sistema fechado para engorda com ração animal por cerca de 90 a 95 dias no período mais seco do ano, quando os pastos ficam mais fracos e perdem potencial nutritivo.

Os animais de confinamento representam apenas 10 por cento do número total de abates no país. Mas como os bois confinados costumam ser liberados no período de menor oferta, o sistema tem potencial para influenciar os preços de mercado.

Segundo ele, a expectativa agora é que uma queda dos preços do boi magro nos próximos dois meses --pelo aumento da oferta do animal à medida a deficiência dos pastos fique mais acentuada-- possa beneficiar aqueles que precisam comprar os animais para engorda.

A reposição --aquisição do boi magro para a engorda-- e a alimentação são os dois itens de maior peso no custo do confinamento, representando cerca de 80 por cento do valor total.

A Assocon representa cerca de 18 por cento do total de animais confinados no país. Andrade pondera que, se extrapolar os dados compilados na pesquisa para o país, o confinamento no Brasil em 2014 poderia ficar entre 4,2 e 4,4 milhões de cabeças.

Acompanhe tudo sobre:AgronegócioBoisCommoditiesIndústriaPreçosTrigo

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE