Economia

Confiança empresarial medida pela FGV cai 6,5 pontos em março

Índice de Confiança Empresarial, que reúne os dados da Indústria, Serviços, Comércio e Construção, já é impactado pelo coronavírus

Indústria: confiança do setor caiu 3,9 pontos (Tom Werner/Getty Images)

Indústria: confiança do setor caiu 3,9 pontos (Tom Werner/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de março de 2020 às 09h05.

Última atualização em 1 de abril de 2020 às 01h11.

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) caiu 6,5 pontos em março ante fevereiro, para 89,5 pontos, a menor taxa desde setembro de 2017 (88,5 pontos), informou nesta terça-feira, 31, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o indicador recuou 2,2 pontos e inverteu a tendência ascendente iniciada em agosto do ano passado.

"A pandemia de coronavírus impactou significativamente a confiança empresarial em março, levando o ICE à maior queda desde a recessão de 2008-09. Houve piora expressiva das expectativas em todos os setores, especialmente no Comércio e em Serviços, enquanto a percepção sobre a situação corrente piorou relativamente pouco. Ainda assim, segmentos que vinha evoluindo favoravelmente no ano, como a Indústria e a Construção, acusaram o baque e sinalizam redução do nível de atividade no mês. Enquanto persistirem os impactos da pandemia no país nos próximos meses, o cenário de confiança em queda deve se manter", afirmou em nota Rodolpho Tobler, economista da FGV do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre).

O Índice de Confiança Empresarial reúne os dados das sondagens da Indústria, Serviços, Comércio e Construção. O cálculo leva em conta os pesos proporcionais à participação na economia dos setores investigados, com base em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV, o objetivo é que o ICE permita uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.

O Índice da Situação Atual (ISA-E) recuou 0,8 ponto em março, para 91,7 pontos. O Índice de Expectativas (IE-E) desabou 14,9 pontos, para 87,7 pontos, saindo da zona de neutralidade para a zona de péssimo.

"Além disso, neste mês, o IE-E fechou abaixo do ISA-E, algo que não acontecia desde setembro de 2015", informou a FGV Ibre.

A confiança de todos os setores componentes do ICE recuou em março. As maiores quedas ocorreram nos setores de Serviço e Comércio, com quedas de 11,6 e 11,7, respectivamente. A confiança na Indústria caiu 3,9 pontos e na Construção, 2,0. Todos o setores foram influenciados pela queda da expectativa, explicou a FGV.

A coleta do Índice de Confiança Empresarial reuniu informações de 3.981 empresas dos quatro setores entre os dias 2 e 25 de março.

Acompanhe tudo sobre:ConfiançaCoronavíruseconomia-brasileiraFGV - Fundação Getúlio Vargas

Mais de Economia

Morre Ibrahim Eris, um dos idealizadores do Plano Collor, aos 80 anos

Febraban: para 72% da população, país está melhor ou igual a 2023

Petróleo lidera pauta de exportação do país no 3º trimestre

Brasil impulsiona corporate venturing para atrair investimentos e fortalecer startups