Economia

Confiança do consumidor recua em junho com incerteza política

Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da FGV registrou queda de 1,9 ponto neste mês e foi a 82,3 pontos, devolvendo a alta vista em maio

Crise política em curso no Brasil estourou em maio e vem alimentando a cautela entre os consumidores (Paulo Fridman/Bloomberg)

Crise política em curso no Brasil estourou em maio e vem alimentando a cautela entre os consumidores (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 26 de junho de 2017 às 08h47.

São Paulo - A confiança do consumidor no Brasil voltou a piorar em junho diante do aumento das incertezas devido à crise política, mostrou a Fundação Getulio Vargas nesta segunda-feira.

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da FGV registrou queda de 1,9 ponto neste mês e foi a 82,3 pontos, devolvendo a alta vista em maio.

"A piora das expectativas em junho foi fortemente influenciada pelo aumento da incerteza após os eventos de maio e dos riscos de que estes possam impactar negativamente a economia", explicou em nota a coordenadora da pesquisa, Viviane Seda Bittencourt.

A crise política em curso no Brasil estourou em maio e vem alimentando a cautela entre os consumidores, ainda que a inflação esteja em trajetória de queda.

A turbulência acontece após delações que levaram ainquérito para apurar se o presidente Michel Temer cometeu os crimes de obstrução da Justiça, organização criminosa e corrupção passiva.

No ICC, o Índice de Expectativas (IE) caiu 2,9 pontos e foi a 91,7 pontos. O Índice da Situação Atual (ISA) registrou sua terceira queda consecutiva ao recuar 0,4 ponto, a 70,1 pontos.

"A sondagem apurou piora das expectativas para o emprego e para as finanças familiares, o que, como em um efeito cascata, também reduzem o ímpeto para compras de bens duráveis nos próximos meses", completou Viviane.

O indicador que mede as perspectivas da situação financeira das famílias foi o que mais influenciou a queda da confiança do consumidor em junho, caindo 5,6 pontos ante o mês anterior, para 89,9 pontos.

Segundo a FGV, a piora das expectativas sobre a economia devido à instabilidade política e à dificuldade de recuperação no mercado de trabalho contribuem negativamente quando os consumidores avaliam suas finanças familiares.

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