Informação é da Fundação Getulio Vargas (FGV)
Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2012 às 13h35.
São Paulo - O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas (FGV) avançou 2,9 por cento em fevereiro, na comparação com janeiro, ao passar de 116,0 para 119,4 pontos, informou a FGV nesta sexta-feira. Com o resultado, o índice voltou ao patamar de dezembro, quando havia alcançado 119,6 pontos.
"Há um conjunto de variáveis econômicas que está deixando o consumidor mais otimista. Há uma percepção de que a inflação está baixando, que o mercado de trabalho está favorável e que os juros vão continuar caindo", disse a coordenadora da pesquisa Viviane Seda Bittencourt. "Mas, isso tudo ainda não se converteu em ímpeto de compras. O consumidor ainda está cauteloso", adicionou a economista.
Segundo a FGV, houve melhora tanto nas avaliações sobre o momento quanto nas expectativas futuras. O Índice da Situação Atual (ISA) cresceu 2,3 por cento ante janeiro e passou de 137,4 pontos em janeiro para 140,5 pontos em fevereiro, enquanto o Índice de Expectativas avançou 3,2 por cento ao passar de 104,9 pontos para 108,3 pontos.
Dentre os itens que compõem o ICC, o que mais contribuiu para a melhora do indicador no mês foi o que mede o otimismo em relação à situação econômica geral nos seis meses seguintes. O indicador subiu 6,8 por cento e chegou a 115,1 pontos, o maior nível desde julho de 2011.
A parcela de consumidores que projetam melhora aumentou de 25,8 por cento em janeiro para 27,5 por cento em fevereiro; enquanto a dos que esperam piora caiu de 15,9 por cento para 12,4 por cento.
O consumidor de alta renda (com rendimento familiar acima de 9600 reais ao mês) de São Paulo foi o mais otimista em fevereiro e o que acabou puxando para cima o resultado do mês: o índice de confiança cresceu 4,5 por cento. Em São Paulo, incluindo todas as faixas de renda, o ICC avançou 3,6 por cento, acima da média nacional.
"São Paulo foi a âncora do resultado de fevereiro pela maior contratações de empregados que já se observa e isso influencia na economia como um todo. Geralmente, São Paulo responde primeiro os estímulos econômicos e, depois, vêm as demais capitais", declarou ela.
O indicador que mede a satisfação dos consumidores com a situação financeira da família mostrou melhora após dois meses de queda, com um avanço de 3,5 por cento. Segundo a FGV, a medida em que a inflação desacelera a resposta desse indicador é quase imediata.
A proporção de consumidores que a avaliam a situação financeira atual como boa aumentou de 25,4 por cento para 28,3 por cento entre janeiro e fevereiro. Já a parcela dos que a julgam ruim caiu de 10 por cento para 9,1 por cento.
O único dado que permanece abaixo da média histórica e demonstra que o consumidor ainda está pessimista é o de compra de bens duráveis. O indicador, o mais importante dos quesitos investigados, cresceu apenas 2,2 por cento em fevereiro, depois de uma queda de 11,5 por cento em janeiro.
Segundo a FGV, o consumidor ainda está cauteloso e tem preferido poupar a voltar a comprar. Em fevereiro, o índice de poupança atingiu o segundo maior patamar da série iniciada em setembro de 2005.
"O consumidor parou de comprar no ano passado e fez uma arrumação da casa, criou fôlego à espera de uma situação mais confortável", afirmou Viviane.