Confiança do consumidor: indicador continua abaixo da média histórica, de 108 pontos (Reinaldo Canato/VEJA)
Estadão Conteúdo
Publicado em 4 de abril de 2018 às 19h40.
Brasília - A confiança do consumidor continuou em queda e caiu pelo segundo mês consecutivo. O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec), divulgado nesta quarta-feira, 4, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), caiu para 101,9 pontos em março, ficando 0,8% menor que o registrado em fevereiro.
O indicador continua abaixo da média histórica, de 108 pontos, segundo a CNI, e é praticamente o mesmo de um ano atrás, ainda com recuo de 0,1% na comparação com março de 2017.
"A queda de março mantém o índice em um patamar muito baixo, mostrando a preocupação dos brasileiros com a economia", diz o economista da CNI Marcelo Azevedo por meio de nota divulgada pela entidade.
A pesquisa aponta que a redução do Inec é resultado da diminuição do otimismo dos brasileiros em relação ao desempenho da inflação, do emprego e da renda nos próximos seis meses. Os componentes ligados às expectativas são os principais responsáveis pela queda do indicador em março.
As perspectivas da população com relação à evolução futura dos preços, emprego e renda se tornaram mais pessimistas, como apontam os índices de expectativa de inflação (queda de 2,7% na comparação com fevereiro), de desemprego (queda de 2,6%) e de própria renda (queda de 2,9%).
Já os índices relacionados às condições financeiras dos consumidores tiveram variações mais modestas. O índice de situação financeira registra crescimento de 0,6% na comparação com fevereiro, o que, na avaliação da CNI, reflete uma melhora na avaliação das finanças de modo geral. Por outro lado, o indicador de endividamento aponta pequeno aumento das dívidas ao recuar 0,4%.
De acordo com a metodologia da pesquisa, quanto menor o índice, maior é o número de pessoas que espera o aumento da inflação e do desemprego e a queda da renda pessoal.
Segundo o economista da CNI, o Inec antecipa tendências da economia. "Pessoas confiantes, com expectativa otimista sobre os preços, o emprego, a situação financeira e o baixo endividamento, tendem a comprar mais. O aumento do consumo é importante para a retomada da atividade e da produção", afirma Azevedo.
O Inec, feito em parceria com o Ibope, ouviu 2.000 pessoas em 126 municípios entre os dias 22 e 25 de março.