Daqui para frente, a alta dos alimentos, conforme analistas de mercado, tende a ser menor do que a dos combustíveis, já que a defasagem da gasolina frente ao exterior leva a uma necessidade de correção estimada em algo entre 5% e 10%. (Paulo Whitaker/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de novembro de 2021 às 09h52.
Última atualização em 24 de novembro de 2021 às 10h01.
A confiança do consumidor recuou 1,4 ponto em novembro ante outubro, na série com ajuste sazonal, informou nesta quarta-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) ficou em 74,9 pontos, o menor valor desde abril (72,5 pontos). O resultado ocorre após uma breve alta do indicador em outubro. Em médias móveis trimestrais o índice caiu 2,3 pontos, para 75,5 pontos.
"Apesar do avanço da vacinação, suas consequências favoráveis na redução de casos e mortes e flexibilização das medidas restritivas, o aumento da incerteza econômica diante de uma inflação elevada, política monetária restritiva e maior endividamento das famílias de baixa renda tornam a situação ainda desconfortável e as perspectivas ainda cheias de ameaças", diz a nota divulgada pela FGV.
Em novembro, a piora foi puxada tanto na avaliação da situação corrente quanto das expectativas. O Índice de Situação Atual (ISA) diminuiu 2,1 pontos, para 66,9 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) caiu 1,0 ponto, para 81,4 pontos.
Entre os quesitos que compõem o ISA, a piora da avaliação foi liderada pela deterioração da situação econômica local e das finanças das famílias. Entre os quesitos que compõem o IE, pesaram as perspectivas sobre a situação financeira familiar, cujo indicador recuou 3,5 pontos, para 80,0 pontos, eliminando a recuperação acumulada no mês anterior.
"O indicador que mede as expectativas sobre a situação econômica subiu 1,8 ponto, para 100,3 pontos. Mas, mesmo com melhores perspectivas financeiras familiares, o ímpeto de compras para os próximos meses continuou caindo pelo terceiro mês consecutivo, 1 1 ponto para 66,4 pontos", diz a nota divulgada pela entidade.
A análise por faixa de renda revela piora da confiança para todos os grupos, com exceção das famílias com renda entre R$ 4.800,01 e R$ 9.600,00. A faixa de renda entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00 registrou o pior desempenho com queda de 6,7 pontos para 66,3 pontos, o que elimina o avanço registrado no mês anterior.
A Sondagem do Consumidor coletou informações de 1.510 domicílios entre os dias 1º e 22 de novembro.