Informação é da Fundação Getulio Vargas (Divulgação/EXAME)
Da Redação
Publicado em 30 de novembro de 2011 às 08h33.
São Paulo - A confiança da indústria brasileira ficou estável em novembro ante outubro, quebrando uma sequência de dez quedas, enquanto o uso da capacidade instalada teve baixa, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira.
Ao mesmo tempo, o uso da capacidade instalada -monitorado por ajudar a detectar pressões inflacionárias- caiu neste mês, em meio a sinais de desaceleração na atividade doméstica.
Os dados foram divulgados a algumas horas da decisão de política monetária e endossam avaliações de que a economia brasileira já está em ritmo mais lento, o que dá suporte à avaliação de que o Banco Central (BC) reduzirá a taxa de juros para dar fôlego à economia.
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) ficou em 100,7 pontos em novembro, quebrando uma sequência de dez meses de queda, mas ainda abaixo da média desde 2003, 103,9 pontos.
"A estabilidade do ICI foi alcançada pela combinação de avaliações menos favoráveis em relação ao momento atual e de expectativas um pouco mais favoráveis para os meses seguintes", afirmou a FGV em nota.
Já o nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) recuou para 83,3 por cento neste mês -o menor índice desde novembro de 2009-, ante 83,5 por cento em outubro.
A indústria já vinha demonstrado um desempenho mais fraco desde o início do ano, que foi piorado pela recente desaceleração da atividade econômica doméstica, provocada sobretudo pelo agravamento da crise de dívida na zona do euro. Em setembro, a produção industrial tombou 2 por cento, maior baixa desde abril.
A deterioração no cenário internacional foi a justificativa dada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC para os dois últimos cortes do juro básico, em agosto e outubro, que somaram um ponto percentual. Com base no relatório Focus e pesquisa da Reuters, o mercado aposta que o Copom reduzirá a Selic em mais 0,50 ponto na quarta-feira, com a Selic terminando 2011 a 11,00 por cento ao ano.
Índices
O Índice da Situação Atual (ISA) recuou 1,5 por cento, para 100,5 pontos, na sétima baixa consecutiva e alcançando o menor nível desde agosto de 2009 (96,7 pontos). Já o Índice de Expectativas (IE) avançou pelo segundo mês consecutivo, em 1,5 por cento, para 100,9 pontos. Apesar da alta, o IE continua abaixo da média histórica.
O indicador que mede o grau de satisfação com o ambiente atual dos negócios recuou para 103,3 pontos, o menor desde agosto de 2009 (103,2 pontos). A parcela de empresas avaliando a situação dos negócios como boa baixou de 19,0 por cento para 17,0 por cento, enquanto a proporção das que a avaliam como fraca aumentou de 9,5 por cento para 13,7 por cento.
Dentro do Índice de Expectativas, destaque positivo para as perspectivas mais favoráveis em relação ao emprego industrial, após seu indicador ter caído em outubro passado para a mínima desde junho de 2009.
Das 1.219 empresas consultadas, 22,2 por cento pretendem ampliar o contingente de mão de obra nos três meses seguintes, contra 17,9 por cento em outubro. Na contramão, 11,9 por cento das companhias industriais preveem diminuir o número de funcionários, menos que os 13,0 por cento anteriores.