Indústria: confiança da indústria do Brasil recuou em abril do nível mais alto em cerca de quatro anos e meio (Paulo Whitaker/Reuters)
Reuters
Publicado em 26 de abril de 2018 às 08h53.
São Paulo - A confiança da indústria do Brasil recuou em abril do nível mais alto em cerca de quatro anos e meio, com uma piora das expectativas para os próximos meses, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira.
O Índice da Confiança da Indústria (ICI) caiu 0,7 ponto e chegou a 101,0 pontos em abril na comparação com março, quando havia atingido o nível mais alto desde agosto de 2013.
"Com relativa estabilidade nas avaliações sobre o momento presente e piora nas expectativas, o setor parece reagir ao ritmo mais lento do que o esperado na recuperação da economia e ao aumento da incerteza associado à proximidade das eleições", explicou em nota a coordenadora da Sondagem da Indústria da FGV/IBRE, Tabi Thuler Santos.
Entretanto, ela explicou que, com o índice permanecendo acima dos 100 pontos e após nove altas consecutivas, a queda do ICI em abril não é suficiente para alterar a trajetória da confiança industrial.
O Índice de Expectativas (IE) registrou no mês queda de 1,3 ponto e foi a 101,5 pontos, pressionado principalmente pelas expectativas com a evolução do pessoal ocupado nos três meses seguintes.
Já o Índice da Situação Atual (ISA) caiu 0,1 ponto em abril e chegou a 100,5 pontos, com piora na percepção sobre o nível de estoques.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada em abrilaumentou 0,4 ponto percentual sobre março e alcançou 76,5 por cento, patamar mais elevado desde maio de 2015 (76,6 por cento).
Nesta quinta-feira, a FGV informou ainda que a confiança de serviços piorou em abril também devido à piora das expectativas, acompanhando o movimento já registrado entre os consumidores, comércio e construção.
A produção industrial brasileira cresceu 0,2 por cento em fevereiro sobre o mês anterior, mas teve o resultado mais fraco para o mês em dois anos, com perdas na fabricação de bens intermediários e de consumo semiduráveis e não duráveis, de acordo com dados do IBGE.