Economia

Confiança da indústria despenca 5 pontos em março: "expectativas menos positivas"

Otimismo do setor para os próximos seis meses se mantém, mas em um patamar abaixo do registrado no final do ano, o que demonstra uma percepção de piora da economia brasileira

 (Germano Lüders/Exame)

(Germano Lüders/Exame)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 10 de março de 2021 às 10h01.

Última atualização em 10 de março de 2021 às 10h06.

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) recuou 5,1 pontos em março e chegou a 54,4 - mesmo patamar do início de 2017. Aferido no início de março, este resultado é a terceira queda mensal consecutiva do índice, que era de 60,3 em março de 2020, quando os efeitos da pandemia começaram a ser sentidos no Brasil.

O forte recuo de 5 pontos é, também, a maior queda consecutiva da série histórica, ficando atrás apenas do baque causado pela greve dos caminhoneiros, em 2018, e pelo início da pandemia no Brasil, há um ano. Para a Confederação Nacional da Indústria, que ouviu 1267 empresas de pequeno, médio e grande porte, os resultados divulgados nesta quarta-feira (10) "inspiram cuidados".

Esse resultado mostra que a confiança, apesar de ainda existir, já foi maior, e que os empresários começaram a perceber uma piora das condições atuais do seu negócio. As expectativas para os próximos meses também são cada vez menos positivas.

Marcelo Azevedo, gerente de análises econômicas da CNI

Medido desde 2014, o ICEI é composto por uma avaliação das condições atuais da economia brasileira e suas empresas, e também por uma sondagem das expectativas em relação ao futuro. Ambas as medições registraram forte queda em março de 2020, seguida de uma "recuperação em V" que se consolidou no final do ano. Desde então, a trajetória é de queda.

No primeiro caso, do Índice de Condições Atuais, houve uma queda de 4,3 pontos, chegando à marca de 48,9 em março - abaixo da linha divisória dos 50 pontos, o que indica uma avaliação de piora do cenário econômico. Já o Índice de Expectativas caiu 5,4 pontos, para 57,2, o que ainda indica otimismo para os próximos seis meses, mas em um patamar menor do que registrado anteriormente.

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